Um grupo dos principais credores da Argentina rejeitou a proposta do governo de reestruturar 66,2 bilhões de dólares de sua dívida vinculada a leis estrangeiras, dizendo que ela infligiu uma quantidade injusta de sofrimento financeiro aos detentores de títulos internacionais.
A Argentina esboçou sua proposta no final da semana passada, envolvendo um período de carência de três anos, grandes cortes de cupons e uma redução menor de capital, o que proporcionaria à nação sul-americana um alívio de cerca de 41,5 bilhões de dólares.
O país produtor de grãos, que vem enfrentando uma recessão e uma crescente crise da dívida, tem mantido a intenção de encontrar um caminho amigável com os credores, embora isso tenha estado longe de ser simples.
O grupo de credores formado por alguns dos maiores gestores de ativos do mundo disse em comunicado que entendeu os vários choques econômicos e políticos que o país enfrenta.
“Lamentavelmente, apesar dos esforços do grupo e de outras partes interessadas, as propostas contidas no comunicado de imprensa recentemente publicado não são aquelas que o grupo pode ou vai apoiar”, afirmou o comunicado.
“O grupo acredita que todas as partes credoras da Argentina precisarão contribuir para uma solução que coloque a Argentina no caminho de crescimento sustentável e estabilidade financeira.”
As propostas do país “buscam colocar uma parcela desproporcional dos esforços de ajuste de longo prazo da Argentina sobre os ombros dos detentores de títulos internacionais”, afirmou o comunicado.
Os membros do grupo incluem AllianceBernstein, Amundi Asset Management, Ashmore, BlackRock Financial Management, BlueBay Asset Management, Fidelity Management & Research e a T. Rowe Price Associates. Sua consultora jurídica é a White & Case.
Juntos, seus membros detêm mais de 25% dos títulos pós-2016 da Argentina e mais de 15% dos chamados títulos de câmbio, emitidos nas últimas reestruturações de dívida, acrescentou.
Seus membros estão prontos para continuar as negociações, afirmou o comunicado, acrescentando que estavam confiantes de que uma solução poderá ser encontrada envolvendo o Fundo Monetário Internacional, bem como outros credores do setor privado e oficial.
Mais cedo nesta segunda-feira, outro grupo de credores também havia rejeitado a proposta de reforma da dívida da Argentina. O Comitê de Credores da Argentina, que inclui a especialista em mercados emergentes Greylock Capital e diz que representa um grupo diversificado de investidores internacionais, disse que não poderia apoiar a proposta. (Reuters)