Puxados pela demanda chinesa enquanto a safra vai sendo colhida, os prêmios para a soja do Brasil nos portos subiram pela primeira vez desde o dia 28 de janeiro, segundo informou a S&P Global Platts em nota a clientes.
“Os prêmios de exportação mostraram alguns sinais de recuperação na terça-feira, uma vez que surgiram detalhes de que várias cargas foram negociadas nos últimos dias…”, afirmou a empresa de informações especializadas.
A Platts citou também que “novas compras chinesas” deram suporte aos prêmios da soja brasileira ante as cotações de Chicago.
O diferencial no porto de Santos para março subiu 1 centavo de dólar, para 56 centavos de dólar por bushel, a mesma alta verificada no porto de Paranaguá, cujo prêmio da soja foi visto em 51 centavos de dólar por bushel.
Nesta quarta-feira, os prêmios apresentavam estabilidade, uma vez que a soja em Chicago subia cerca de 1 centavo no início da tarde no Brasil, segundo a Platts.
A empresa não citou o número de cargas negociadas com a China, maior importadora global da oleaginosa e do produto do Brasil.
As altas nos prêmios vêm na esteira de um salto nos embarques de soja programados para fevereiro, depois de uma redução nas exportações brasileiras em janeiro, quando a oferta da safra nova nacional ainda era baixa, conforme reportou a Reuters.
Em janeiro, notícias sobre a assinatura da fase 1 do acordo comercial EUA-China também reduziram a demanda pela soja brasileira, que sazonalmente fica mais competitiva quando a colheita ganha força.
Além disso, a base de comparação de janeiro com o mesmo mês do ano passado é forte, já que o Brasil ainda se beneficiou bastante da guerra comercial entre chineses em norte-americanos no início de 2019.
O aumento das compras da China em fevereiro ocorre em meio a relatos de boas condições para o desenvolvimento da safra do Brasil, que deve ter produção recorde.
Na véspera, a FCStone estimou uma colheita de 124 milhões de toneladas para o Brasil, com aumento de quase 8% ante a safra passada, se o número se confirmar.
Especialistas consultados pela Reuters afirmaram que é cedo para avaliar qualquer impacto do novo coronavírus na China para as vendas de soja do Brasil, ainda que a doença tenha afetado os mercados globais. A soja é vista como um produto essencial, com demanda praticamente “inelástica”. (Reuters)