Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto

Para a formação dos preços pecuários a conjuntura ainda se mantém baseada na disponibilidade restrita de bovinos terminados, associada ao melhor do consumo interno nesta época do ano com o importante suporte das exportações.

Neste início de dezembro, as exportações registraram movimentação diária 32,5% acima do mesmo período do ano passado e seguem em ritmo com o mês anterior, quando registrou-se recorde para novembro (foram 495,4 milhões de carne bovina in natura).

A referência de preços para São Paulo fica em torno de R$145,50/@ à vista e livre de Funrural, com negócios em até R$148,50/@ nas mesmas condições (o equivalente a R$ 152,00/@ para descontar).

Registra-se oferta mais confortável no Mato Grosso do Sul e em partes de São Paulo e Tocantins, onde as escalas estão entre 8 e 12 dias úteis.

Já Minas Gerais, Mato Grosso e Rondônia seguem com menor disponibilidade de bovinos para a maioria das regiões, com programações de abates entre 5 e 7 dias úteis.

Mas o destaque fica para a estreita oferta em Goiás, que tem pressionado o diferencial de base em dezembro para 3,6%, a menor média para o mês em um levantamento de 10 anos (gráfico 1). Além disso, destaca-se que em janeiro a média recente dos últimos 5 anos é de 7,55%, o que aponta para ampliação do spread entre São Paulo e Goiás no curto prazo, ou seja, nos próximos meses é possível que os preços neste estado se distanciem dos valores de SP.

Portanto, aqueles que têm animais terminados ou possibilidade de fixar preços em uma data futura encontram uma oportunidade de negociação.

O fato é que desde a alta de 3,51% do indicador CEPEA nos últimos 30 dias, os preços se estabilizaram, e ainda que exista a possibilidade de recuo do consumo em janeiro que possa tirar o fôlego de novas altas, o mercado futuro ainda exibe otimismo, com ágio próximo a R$ 1,50/@ em janeiro com relação a dezembro.

Ademais, os contratos futuros exibiram resistência, com a confirmação hoje de um movimento de correção técnica e queda para os vencimentos em dezembro e janeiro. Ou seja, as cotações estão respeitando os limites máximos e mínimos e demonstram no momento um certo equilíbrio de valores por volta de R$ 148,00/@.

Porém, os contratos de maio e outubro exibem curva positiva. O contrato de maio mantém estreito o spread com o vencimento de janeiro, e mantém no radar negociações para este mês.

Para os preços de balcão, a expectativa no médio prazo é de manutenção da oferta de animais terminados a pasto, em consequência dos bons volumes de chuvas na maior parte do país e do recente aquecimento do mercado de reposição, em estímulo às cotações mais altas, o que sugere que a partir de fevereiro os diferenciais de base podem ser ampliados.

Por fim, nota-se tendência altista para a carcaça casada bovina no atacado, que subiu 5,3% desde o início do mês e valendo em torno de R$ 10,00/kg. Já o frango resfriado e a carcaça especial suína registraram leve viés baixista de 1,2% e 3% respectivamente, com médias de R$ 3,60/kg e R$ 6,00/kg.