Os preços no atacado – e a alta dos combustíveis – voltaram a pressionar, e o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou nova alta acentuada em fevereiro, de 2,71%.
A taxa ficou abaixo dos 2,91% de janeiro – mas levou o índice acumulado em 12 meses a 29,95%, informou nesta segunda-feira (8) a Fundação Getulio Vargas (FGV). É o maior patamar desde maio de 2003, quando a taxa foi de 30,05%.
Em apenas dois meses, o IGP-DI acumula alta de 5,69%. Em fevereiro de 2020, o índice variou 0,01% e acumulava elevação de 6,40% em 12 meses.
Em fevereiro, o Índice de Preços ao Produtor (IPA) teve desaceleração, para 3,40%, ante 3,92% em janeiro. Apesar disso, destaca a FGV, “dois dos três grupos componentes do índice ao produtor registraram avanços em suas taxas de variação: bens finais (0,79% para 1,80%) e bens intermediários (2,88% para 6,60%)”.
Segundo componente do IGP-DI, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,54% em fevereiro, após variar 0,27% em janeiro. Três das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Habitação (-1,16% para 0,08%), Transporte (0,88% para 2,29%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,28% para 0,29%).
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 1,89% em fevereiro, ante 0,89% no mês anterior.
Os combustíveis exerceram as maiores influências de alta tanto no atacado quanto nos preços ao consumidor. No primeiro caso, o maior peso veio da alta do diesel, de 14,08%. Já no segundo, a gasolina pesou mais, com alta de 5,90%.
Veja as maiores influências de alta em fevereiro:
ÍNDICE DE PREÇOS AO PRODUTOR AMPLO
Óleo Diesel: 14,08%
Bovinos: 6,81%
Gasolina automotiva: 19,20%
Adubos ou fertilizantes: 16,09%
Soja (em grão): 1,97%
ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
Gasolina: 6,90%
Plano e seguro de saúde: 0,82%
Etanol: 5,01%
Gás de bujão: 2,58%
Cebola: 15,07%
ÍNDICE NACIONAL DE CUSTO DA CONSTRUÇÃO
Vergalhões e arames de aço ao carbono: 21,34%
Tubos e conexões de ferro e aço: 11,56%
Tubos e conexões de PVC: 7,39%
Tijolo/telha cerâmica: 2,57%
Condutores elétricos: 3,78%
O IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. Também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral. (G1)