Os preços do petróleo caíam nesta segunda-feira por preocupações com a falta de capacidade de armazenamento e com os impactos econômicos da pandemia de coronavírus.

O petróleo Brent recuava 1,1 dólar, ou 5,13%, a 20,34 dólares por barril, às 9:36 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 3,68 dólar, ou 21,72%, a 13,26 dólares por barril.

O petróleo norte-americano liderava as perdas em meio a temores de que a capacidade dos estoques em Cushing, ponto de entrega em Oklahoma, possa atingir em breve o nível máximo.

O contrato junho do Brent vence na quinta-feira.

Os preços do petróleo tiveram a terceira semana consecutiva de perdas na semana passada, com um recuo de 24% no Brent e de 7% no WTI. As cotações caíram em oito das últimas nove semanas.

A queda do WTI para junho pode ter sido em parte impulsionada por investidores mudando para contratos que expiram em outros meses, após o contrato maio ter entrado em território negativo pela primeira vez na história antes do vencimento na semana passada.

“O mercado está muito preocupado com uma repetição dos preços negativos uma vez que a capacidade de armazenamento em Cushing se esgote”, disse o estrategista global de petróleo do BNP Paribas em Londres, Harry Tchilinguirian.

“A mudança dos contratos em aberto, evitando o mês de junho, terá consequências negativas para a liquidez do contrato, potencialmente levando a uma maior volatilidade em seu preço”, acrescentou ele.

Os estoques de petróleo nos EUA avançaram para 518,6 milhões de barris na semana encerrada em 17 de abril, próximos do recorde histórico de 535 milhões atingido em 2017.

Em Cushing, centro de entregas para o WTI, o armazenamento estava 70% cheio até meados de abril, embora operadores digam que o espaço disponível já está contratado via acordos de “leasing”. (Reuters)