Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto
Desde julho até os valores parciais de novembro, o indicador do milho Esalq/BM&FBovespa subiu 25%, comprovando a tendência primária de alta do cereal.
O valor do indicador tem mantido o mesmo patamar desde o início do mês, com a última referência em São Paulo de R$ 32,70/ saca de 60 kg, alcançando assim os mesmos níveis de março/17.
A pressão positiva se dá basicamente por três principais fatores:
- Bons volumes de exportações (indicando forte demanda internacional e ainda com o auxílio do aumento cambial das últimas semanas);
- Perspectiva de redução da área com milho verão na safra 2017/18, além da semeadura feita mais tarde que a anterior, o que deverá causar atraso na oferta da matéria prima;
- E a baixa liquidez no mercado físico.
O gráfico 1 ilustra a variação positiva do indicador CEPEA durante esse ano, com os maiores preços registrados em janeiro e fevereiro.
Na comparação entre outubro e novembro/17, os preços aumentaram 7,60%, com variação em São Paulo entre R$ 29,00/sc e R$ 32,90/sc.
Nota-se momentos de correção da curva (assinalados pelo círculo em vermelho no gráfico 2) pela maior liquidez quando os preços atingem patamares que estimulam a negociação, mas já na sequência retomam o movimento positivo.
Projetando os preços no médio prazo com o auxílio das cotações futuras da BM&FBovespa, se observa que o movimento de alta deve persistir até atingir as máximas em março/18, quando a colheita do milho safra e a maior oferta no mercado pressionam os preços negativamente, até agosto e setembro do próximo ano.
Dessa forma, utilizar opções para travar preços máximos neste momento torna-se uma estratégia interessante a ser utilizada para garantir o sono devido ao risco de ocorrência de valores mais altos a serem registrados em 2018.
Além disso, a comparação entre os preços futuros e os físicos atualmente sugere que os valores atuais estão nos mesmo níveis daqueles a serem praticados entre junho e agosto de 2018. Considerando que a projeção do dólar mais alto no próximo ano deve estimular ainda mais as exportações, caso confirmada, pressionará positivamente os preços, especialmente no segundo semestre, quando se concentram as exportações do milho safrinha.
Por fim, em dezembro e janeiro o ritmo de negócios deve ganhar fôlego, que está mais lento esse ano, de forma a liberar espaços para o armazenamento da soja, geração de caixa e também pelo estímulo a partir da consolidação da safra de grãos 2017/18. Com isso, a liquidez no mercado aumenta nesses meses, contendo o movimento de alta e corrigindo pontualmente a curva de preços.
Portanto, operações de hedge nesse momento são recomendadas para travar os preços que continuam pressionadas para cima em sua tendência maior, além de ações para garantir a disponibilidade de matéria prima no próximo ano e ainda se proteger de altas mais expressivas caso venham acontecer problemas sérios na safra de milho 2016/17, especialmente de âmbito climático.
As tabelas a seguir são projeções para os preços do milho em 2018 de acordo com a variação do prêmio em cada região.