A média de preços do boi magro, animal utilizado para reposição na pecuária, recuou 3,34% no intervalo de janeiro até a parcial de março ante o primeiro trimestre de 2018 e está cotada a R$ R$ 1.955,73 por cabeça em termos reais. No início do ano passado, esta média ficou em R$ 2.023,42 por cabeça. Os dados fazem parte de um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) com base em quatro praças paulistas (Araçatuba, Bauru/Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto) e os valores foram deflacionados pelo IGP-DI janeiro/19.

“Os preços em patamares inferiores aos verificados no ano passado tendem a estimular pecuaristas a aumentarem o volume de animais que devem ser terminados em sistema de confinamento neste ano”, avalia o Cepea. Em geral, o boi magro é o item de maior custo dos confinadores e pode representar de 65% a 80% nas despesas efetivas de produção, dependendo da região brasileira.

Outro fator favorável aos sistemas de confinamento é a recente queda dos valores de insumos usados para alimentação do gado, como milho e farelo de soja, em relação ao ano passado. Na praça paulista de Campinas (SP), o valor médio do farelo de soja neste mês está 10,46% mais barato que o de março/18, em termos reais, cotado a R$ 1.185,1 por tonelada. A média atual do milho, de R$ 41,10 por saca de 60 quilos, está 7,08% menor na variação anual.

Para o farelo, o estudo da sazonalidade de preço do Cepea mostra que, historicamente, os melhores meses para compra do insumo são de março a junho. Pontualmente, o preço médio do subproduto da soja, neste mês, está 2% inferior ao de fevereiro. “Além de ficar atento aos insumos acima, o produtor deve focar no andamento da segunda safra do milho, ao clima e ao ritmo das exportações do cereal e do farelo de soja”, alertam os analistas.

Com um cenário positivo para o confinador, os animais de reposição ganharam espaço para aumento de preço no comparativo mensal e a tendência é de avanço para os meses de abril e maio. Os preços médios do boi magro neste mês já superam os de fevereiro, em 3,3% na média estadual. Na região de São José do Rio Preto (SP), foi observada a maior alta de fevereiro para março, de 14,6%, com o animal negociado na média de R$ 2.263,27 por cabeça. Em Presidente Prudente (SP), no mesmo período, a elevação foi de 0,7%, para R$ 1.893,92 por cabeça. Já nas praças de Araçatuba e Bauru/Marília, foram verificadas ligeiras quedas de 0,6% e 1,6%, respectivamente, com o animal cotado a R$ 1.970,33 e a R$ 1.916,81 por cabeça. (Nayara Figueiredo, nayara.figueiredo@estadao.com)