Yago Travagini é economista e consultor pela Agrifatto
Apesar das notícias de suspensões chinesas a frigoríficos de todo o mundo, a pressão sobre os preços na China seguiu durante o mês de junho/20

 

O mercado amanheceu estremecido nesta terça-feira, 30 de junho de 2020, com as notícias vindas do outro lado do mundo. A China determinou a suspensão da habilitação de diversas plantas frigoríficas mundo afora.
Apesar das suspensões, as cotações das proteínas animais no atacado chinês não conseguiram encontrar espaço para registrar desvalorizações. A proteína suína, a mais consumida no país, que deu sinais de enfraquecimento durante os meses de março, abril e maio de 2020, voltou a registrar valorização no mês de junho/20, subindo 3,3%, ficando cotada em média à US$ 5,86/kg. Cabe a ressalva que o mês de julho/20 começa com os preços já acima dos US$ 6,30/kg, ou seja, com forte pressão altista para o mês vindouro.

No caso da proteína bovina, o patamar de US$ 10,00/kg seguiu estabelecido e sustentado, com um leve recuo de 0,2% no comparativo com maio/20. Ainda assim, o preço é 27% maior do que o que fora registrado há dois anos atrás. A carne de frango é a que tem o desempenho mais fraco, no quesito preço, o alinhamento na oferta de animais nesta cadeia responde mais rápido a necessidade de proteína, logo, a oferta dá sinais de que é suficiente para frear maiores altas.

De maneira geral, a China passa por um período de dificuldades na originação interna de proteína animal, e uma suspensão geral da importação de carne bovina, apesar de circulada na grande imprensa, nos parece ainda não muito factível. Ainda assim, adotamos cautela no discurso, pois a nossa dependência pelo consumo deles está elevada.

 

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