O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve fechar este ano com queda de 1,6% em relação a 2017. A paralisação dos caminhoneiros e o tabelamento do frete são as principais causas, de acordo com Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A entidade fez, ontem, um balanço do setor em 2018 e traçou as perspectivas para 2019, durante evento em Brasília. Para o ano que vem a estimativa é otimista, com um crescimento de 2% no agronegócio brasileiro.
Em maio, a alta do preço do óleo diesel levou os caminhoneiros a uma paralisação de 11 dias, prejudicando os serviços e o abastecimento em todo o país. Para encerrar a mobilização, o governo fez um acordo com a categoria para reduzir o preço do combustível, além de estabelecer uma tabela de preços mínimos para o frete.De acordo com a CNA, a paralisação encareceu o preço dos insumos agropecuários e afetou a comercialização da produção que apresentou queda nos preços. As condições climáticas também não favoreceram para um aumento da produção. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra de grãos deste ano deve ser 5,6% inferior à do ano passado. “Foi uma influência clara do governo, interferindo em questões privadas. Isso não prejudica apenas o produtor rural, mas toda a sociedade está pagando”, disse o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi. Apesar dos prejuízos, o setor foi destaque nas exportações, com receita de US$ 93,3 bilhões até novembro, alta de 4,6% ante igual período de 2017. (DCI)