(Reuters) – A Polícia Federal lançou nesta terça-feira nova fase da operação Carne Fraca, que investiga irregularidades em frigoríficos, para apurar suspeita de corrupção praticada por auditores fiscais agropecuários federais em benefício de um grupo empresarial do ramo alimentício, com pagamentos irregulares de 19 milhões de reais para ao menos 60 fiscais, informou a PF.
Segundo comunicado da Polícia Federal, o grupo empresarial passou a atuar em colaboração espontânea com as autoridades públicas na investigação e indicou que dezenas de auditores fiscais atuavam de forma irregular em diversos Estados. A PF não identificou a empresa envolvida de imediato.
“Há indicativos de que foram destinados 19 milhões de reais para os pagamentos indevidos. Os valores eram pagos em espécie, por meio do custeio de planos de saúde e até mesmo por contratos fictícios firmados com pessoas jurídicas que representavam o interesse dos fiscais”, afirmou a PF.
O pagamento de vantagens indevidas teria ocorrido até 2017, quando o grupo empresarial passou por uma reestruturação interna, acrescentou a PF.
Deflagrada em março de 2017, a operação Carne Franca inicialmente jogou o setor de proteína animal do Brasil em uma grave crise de credibilidade com denúncias de irregularidades na fiscalização de frigoríficos, levando muitos países a suspenderem temporariamente as compras dos produtos nacionais.
A operação desta terça-feira tem como objetivo cumprir 68 mandados de busca e apreensão em 9 Estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, informou a PF.