(Reuters) – O surto de peste suína africana que acometeu a China é muito mais severo do que se pensava inicialmente, disse nesta quarta-feira a empresa norte-americana de agronegócio Archer Daniels Midland, acrescentando que o impacto total da doença sobre produtores de ração ainda será contabilizado.
A patologia, que é fatal para porcos, reduziu a criação chinesa de suínos pela metade desde agosto de 2018 e já elevou as margens para o processamento de soja em ração nas operações globais, disse o diretor financeiro da ADM, Ray Young, durante a Stephens Nashville Investment Conference.
O avanço da peste suína pela China, maior consumidora de carne de porco do mundo, redesenhou a cadeia global de oferta de alimentos, à medida que o país passou a depender mais da proteína importada e menos da produção doméstica.
Essa reorganização está diminuindo a demanda chinesa pelas importações de grãos de soja, mas a ADM deve se beneficiar, já que outros países expandiram a produção pecuária para atender ao mercado chinês. Isso impulsiona a demanda pelos ingredientes de ração da ADM, como o farelo de soja. A empresa opera 45 plantas de esmagamento e originação de oleaginosas na Europa e nas Américas, mas nenhuma na China.
A produção anual de carne de porco da China deve recuar em 20 milhões de toneladas neste ano, ante estimativa prévia da ADM de uma diminuição de 10 milhões de toneladas, disse Young.
“Acho que houve certo impacto positivo (no mercado do farelo), mas de forma marginal. Provavelmente ainda não sentimos o impacto total em relação às margens gerais de esmagamento”, afirmou o executivo.