O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, tem falado de forma clara a todos integrantes da equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro: caso a reforma da Previdência não seja aprovada no primeiro ano, o governo enfrentará enorme dificuldade.

Nas conversas internas, Guedes chega a fazer uma comparação com duas aeronaves em pleno voo.

No primeiro cenário, com a votação da reforma da Previdência, o avião faz o percurso em voo de cruzeiro. No segundo cenário, sem a aprovação da reforma, o avião não consegue manter o voo e faz uma curva descendente.

O alerta do economista – chamado de “professor” pelos integrantes da equipe de transição – tem chamado atenção até mesmo do presidente eleito.

Guedes vai além e defende a aprovação imediata de uma reforma que possa resolver o déficit estrutural, com a adoção da idade mínima e também com a equiparação da Previdência do setor público com a do privado.

E num segundo momento, ele defende a aprovação de um novo modelo de aposentadoria, para substituir o atual modelo de repartição (no qual os trabalhadores da ativa bancam a aposentadoria dos inativos), por um modelo de capitalização (em que cada trabalhador faz a própria poupança).

A própria reforma da Previdência do governo Temer já era defendida por Paulo Guedes ainda em 2016, quando o tema entrou na pauta. Em artigos publicados no jornal “O Globo”, ele chegou a defender a prioridade da pauta.

No início da transição, tentou aprovar essa reforma do governo Temer. Mas foi convencido pelos articuladores políticos de Bolsonaro de que esse Congresso atual não aprovaria o texto. Mas diante disso, passou a insistir com o próprio presidente eleito para dar prioridade máxima ao tema. Caso contrário, tem alertado que o governo corre o risco de não decolar. (Globo.com)