A produção de do Paraná foi estimada em 20,7 milhões de toneladas para a safra 2022/23, uma queda em relação aos 21,4 milhões projetados no mês passado e ainda podem surgir novas perdas em decorrência dos impactos de uma seca que atingiu as lavouras em dezembro, disse nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral).
O órgão estadual também fez ajustes para baixo em sua expectativa mensal de produção de primeira safra, para 3,69 milhões de toneladas, e no potencial do cereal da segunda safra, a 15,37 milhões.
No caso da soja, a perspectiva inicial indicava colheita de 21,5 milhões de toneladas, o que significa que já há uma perda consolidada no campo de 800 mil toneladas, ou 3,7%.
“A perda ocorreu principalmente pela estiagem e calor intenso durante o mês de dezembro, especialmente na região oeste e no sudoeste do Estado”, disse à Reuters o analista do Deral Edmar Gervásio.
Mesmo com a redução da produção, ele acredita que a safra “ainda é ótima”, 70% superior ao volume colhido na temporada anterior, quando as lavouras da região Sul foram afetadas por uma seca mais severa.
Gervásio alertou, no entanto, que há um viés de “reduções futuras na produção” da safra 2022/23 em função do clima.
“A safra apresenta um atraso em seu ciclo, devido ao plantio um pouco mais tarde e fatores climáticos no desenvolvimento das plantas”, comentou.
Segundo ele, a colheita de soja teve início no Paraná nesta semana, porém ainda de forma pontual, inferior a 1% da média do Estado. A expectativa é que a partir da primeira semana de fevereiro os trabalhos ganhem volume.
MILHO
A expectativa atual para a primeira safra paranaense de milho 2022/23 é de que sejam produzidos 3,69 milhões, informou o Deral, versus 3,73 milhões estimados no mês passado e 2,3% abaixo da expectativa inicial de 3,8 milhões de toneladas.
“A redução é em decorrência dos impactos climáticos no decorrer do ciclo da cultura”, afirmou Gervásio.
Ele disse que a colheita de verão caminha lentamente, e nos próximos dias, havendo clima favorável, deverá ter um avanço significativo.
Para a segunda safra de milho, normalmente a maior da temporada, o Deral passou a ver potencial para 15,37 milhões de toneladas, contra 15,42 milhões em dezembro.
Apesar dos cortes, a produção esperada para o cereal é 24% maior que a do ciclo anterior e a “safrinha” pode ter aumento de 16% no comparativo anual, de acordo com os dados.
(Reuters)