A pendemia da covid-19 está acelerando o avanço da adoção de soluções digitais no campo brasileiro e abrindo espaço para que essas soluções ganhem força também na área de crédito rural.
Em discussão no evento virtual “Expert 2020”, promovido pela XP Investimentos. “Com a pandemia, a mudança tem sido quase forçada, mas deixar o país mais competitivo lá para frente”, afirmou Mariana Vasconcelos, cofundadora da Agrosmart, agtech com sede em Campinas (SP).
Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), lembrou que do “fundind” total da safra 2019/20, apenas 30% foi coberto com recursos do tradicional Plano Safra do governo. E que há enorme potencial para que fontes alternativas de crédito ganhem espaço, sobretudo no mercado dos médios produtores agropecuários.
Brito observou, porém, que um dos problemas enfrentados para a disseminação das ferramentas digitais é a conectividade, ainda um gargalo importante no Brasil. “Cerca de 50% do território nacional ainda não está conectado”, disse o dirigente. “Vamos ver o que vai acontecer com a chegada da tecnologia 5G”.
Segundo ele, as novas tecnologias de financiamento — além daqueles voltadas às atividades agropecuárias em si, que também estão ganhando espaço — podem ajudar a fortalecer algumas cadeias produtivas e permitir avanços de produções e exportações. Entre as cadeias que podem crescer, ele citou frutas e flores.
De acordo com Fernanda Mello, CEO da agtech DuAgro, de fato o desafio para melhorar o acesso dos pequenos e médios produtores às novas tecnologias ainda é grande. Na área de crédito, disse, o objetivo é tornar o processo de contratação tão natural como o de qualquer outra compra de insumo. (Valor Econômico retransmitido pelo BeefPoint)