A oferta de carnes no mercado brasileiro em 2023 poderá atingir o maior nível da série histórica, a 20,8 milhões de toneladas, estima a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em projeção divulgada na quinta-feira (27).
O volume de oferta de carnes estimado no mercado interno em 2023 é 5% maior que o projetado para 2022.
“Esse cenário contribui para uma tendência de queda nos preços, o que já começa a ser percebido no mercado como mostra a pesquisa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) divulgado, em março, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto, em nota.
Na quarta-feira, o IBGE informou que os preços de carnes ao consumidor no Brasil acumulam queda de 3,08% de janeiro a abril, segundo o IPCA-15.
A disponibilidade per capita de carnes no Brasil é estimada pela Conab em 96 quilos por habitante em 2023, segundo maior índice já registrado, inferior apenas a 2013.
A produção de carne bovina deve chegar a 9 milhões de toneladas em 2023, ano em que a Conab estima um pico de abates, com crescimento do descarte de fêmeas e consequente elevação na oferta de carne no mercado.
“Além do incremento na produção, há uma tendência de queda nas exportações do produto em virtude de um início de ano impactado pela suspensão da venda da carne bovina, principalmente ao mercado chinês, por conta de medidas previstas em protocolos sanitários”, disse a Conab.
A disponibilidade interna de carne bovina deve subir 12,4% em 2023 para 6,26 milhões de toneladas, elevando a disponibilidade per capita a 29 quilos por habitante por ano. As exportações de carne bovina são estimadas em 2,88 milhões de toneladas, queda de 4,5%.
A produção de carne de aves deve crescer 3,1% para 15,24 milhões de toneladas, e as exportações devem subir 4,7%, podendo atingir um novo recorde de 4,8 milhões de toneladas. A disponibilidade per capita é estimada em 48 quilos por habitante ao ano, alta de 1,7% ante 2022.
A produção de carne suína é estimada em mais de 5,3 milhões de toneladas, volume recorde para o setor e alta de 2,7% ante 2022. Já a disponibilidade per capita doméstica tende a ficar estável em 19,1 quilos por habitante/ano, diante de um crescimento de 8,3% nas exportações para 1,2 milhão de toneladas.
(CarneTec)