Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto.

Nessa semana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA divulgou o novo relatório mensal de oferta e demanda e, assim como no último relatório, as informações otimistas de aumento da produtividade para a soja e para o milho surpreenderam o mercado e causaram pressão baixista nas cotações futuras.

O destaque ficou para os dados de produção, os surpreendentes 119,23 milhões de toneladas do relatório de agosto foram elevadas para 120,59 milhões, caso confirmado, ficará 3,37 milhões de toneladas superior ao recorde obtido na safra 2016/17 quando as condições climáticas foram próximas do ideal durante todo o ciclo produtivo. Ademais, com a previsão de área cultivada mantida nos mesmos patamares do relatório anterior, os números de produtividade subiram de 56,02 para 56,57 sacas por hectare. Ressalta-se que a média brasileira na safra 2016/17 foi de 56 sacas/hectare anunciado também nessa semana pela CONAB no 12º levantamento de grãos.

Os dados para a nova safra de milho também sofreram ajustes nos números de produção e produtividade, elevando-se para 360,29 milhões de toneladas e 179,82 sacas por hectare respectivamente. Contrária a produção de soja que subiu entre a safra passada e a atual, o cereal norte-americano suportou menos a falta de chuvas de julho e teve queda da produção total em relação à safra anterior.

Por fim, a demanda chinesa para soja continua consistente e os dados do USDA subiram de 92 milhões de toneladas da safra 2016/17 para 95 milhões na nova safra.

Portanto, os dados revelaram-se baixistas para as cotações, indicando que a oferta de grãos deverá ser ainda maior para o próximo ano, dessa forma, os preços futuros exibiram quedas no dia do relatório. Para a soja, o contrato referência novembro/17 teve queda de quase 13 pontos fechando o dia 12 de setembro a US$ 9,42/bushel. O contrato de novembro/17 do milho também apresentou quedas de quase 9 pontos, fechando no mesmo dia em US$ 3,36/bushel.

Porém, nos dias seguintes o mercado já exibiu recuperação dos preços. A soja conta agora com equilíbrio em novos patamares, em torno de US$ 9,50/bushel, recuperação de 8,25 pontos desde o último dia 12 de setembro. O milho também recuperou parte dos preços, subindo 7,25 pontos e agora em valor de equilíbrio próximo a US$ 3,43/bushel.

A tabela 1 relaciona os números apresentados pelo USDA entre a safra 2016/17 e os dois últimos relatórios divulgados.