A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apresentou, nessa segunda-feira, 18, em Washington, nos Estados Unidos, sua agenda estratégica para o setor nos próximos anos, baseada em três desafios: governança fundiária, inovação tecnológica e qualidade sanitária. Para ela, essas são questões fundamentais para a produção sustentável. Ela lembrou que o Brasil conta com legislação ambiental exigente.
De acordo com o Senar, o projeto contribuiu para o aumento da produtividade nas propriedades atendidas, como a pecuária de corte, que subiu de 0,7 unidade/animal por hectare para 2,5. O ganho de peso dos animais com a renovação da pastagem também aumentou, passando de 400 para 900 gramas por dia. Além disso, o produtor investiu nas tecnologias de baixa emissão de carbono. A cada R$ 1 gasto pelo ABC Cerrado, o produtor investiu R$ 7 em recuperação e R$ 5 em manutenção e manejo da pastagem.
Para Daniel Carrara, diretor-geral do Senar, apresentar o projeto ABC Cerrado depois de cinco anos de capacitação é uma oportunidade de levar mais recursos para ampliar iniciativas semelhantes.
Durante o discurso no Banco Mundial, Tereza Cristina afirmou que vai buscar apoio do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o desenvolvimento do programa AgroNordeste, um plano de ação para impulsionar o desenvolvimento econômico. O programa e será implantado até o ano que vem em 230 municípios dos nove estados do Nordeste e parte de Minas Gerais, divididos em 12 territórios, com população rural de 1,7 milhão de pessoas. “Vamos tratar de temas que envolvem questões sociais, produtivas e ambientais junto a esse projeto Agronordeste”.
A ministra informou que nos encontros com o Banco Mundial e o BID vai tratar de um projeto semelhante ao AgroNordeste para a Região Norte e que o foco será a regularização fundiária. “A base para levar prosperidade, os projetos que possam colocar as pessoas na vida produtiva com dignidade têm que começar com o primeiro pilar, que é a regularização fundiária”, afirmou.
Carne brasileira
Nos próximos anos, Tereza Cristina ressaltou que um dos grandes desafios é colocar o pequeno agricultor na zona produtiva. “Hoje existe uma diferença muito grande entre a agricultura comercial e a pequena agricultura, então essa é uma grande preocupação nossa à frente do ministério”.
A agenda da ministra inclui encontro com o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue. Entre os temas a serem tratados está a suspensão das importações de carne bovina brasileira in natura pelo país. Segundo o ministério, a ideia é esclarecer os questionamentos dos americanos sem a necessidade de nova missão técnica ao Brasil. Outro assunto debatido na viagem é a abertura do mercado para o trigo e a cooperação entre os países do AG-5, formados por Estados Unidos, Brasil, Canadá, Argentina e México.