O Ministério da Agricultura informou que a possibilidade de a nuvem de gafanhotos da Argentina chegar ao Brasil é pouco provável, mas que continua a monitorar a situação.
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) informou nesta quarta-feira, 24, que a nuvem de insetos, que está em movimento dentro do território argentino, tem se dirigido rumo ao sul daquele país, em direção ao Uruguai, conforme a previsão inicial.
“De acordo com os dados meteorológicos para a região Sul do Brasil, previstos para os próximos dias, é pouco provável – até o presente momento – que a nuvem avance em território brasileiro”, declarou o ministério, por meio de nota.
Um grupo de trabalho do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas (DSV) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do ministério permanece em situação de alerta e mobilização, em conjunto com as equipes técnicas das Superintendências Federais de Agricultura e dos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, assim como as unidades de vigilância agropecuária do Ministério localizadas na fronteira com o Rio Grande do Sul.
“Com base neste cenário, estão sendo trabalhadas estratégias passíveis de adoção para um eventual surto da praga no Brasil, caso ocorram alterações climáticas favoráveis ao deslocamento da nuvem de gafanhotos para o nosso país”, informou a pasta. O deslocamento da nuvem de gafanhotos pode ser acompanhado por meio de mapas atualizados pelas autoridades argentinas, neste link.
Medidas. O governo declarou que, desde 2015, a formação de nuvens desses insetos nos países vizinhos da Bolívia, Paraguai e Argentina, tem ocorrido com certa frequência. Por isso, o ministério está elaborando um manual de orientações de ações de controle da praga, direcionado aos produtores rurais e aos órgãos estaduais de defesa agropecuária e de extensão rural.
O ministério informou que são várias as espécies de gafanhotos que causam prejuízos econômicos no Brasil. A espécie Schistocerca cancellata, que forma a nuvem presente agora na Argentina, já foi responsável por várias infestações nos anos de 1938, 1942 e 1946, com focos originários da Argentina que ingressaram pela região Sul do Brasil, chegando aos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. Atualmente, voltaram a causar danos na Bolívia, Paraguai e Argentina.
Segundo o Mapa, diversos fatores podem originar o aumento das populações de gafanhotos, como climáticos (temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica acumulada), assim como predadores, parasitóides e doenças. (AE)