O presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, afirmou que o País pode crescer de forma sustentável na produção de etanol de milho por meio do aumento da oferta do cereal, sem a necessidade de avançar sobre novas áreas. O executivo participou, ontem (5), de painel virtual da 2ª edição do Datagro Abertura de Safra Grãos – soja, milho e algodão.
Nolasco citou como exemplo a concentração da produção nos Estados de Mato Grosso e Goiás, mas observa que a fabricação do biocombustível já tem avançado com projetos em Mato Grosso do Sul e no Paraná. “A produção está descendo no País e a tendência é que Mato Grosso deixe de ser responsável por 86% desse mercado”, disse.
O processo de expansão tem como base a maior disponibilidade de cereal, assim como observado em Goiás. “De início, o foco era produzir etanol onde tinha milho mais barato, agora o setor enxerga a tecnologia e a produtividade”, afirmou. Segundo o presidente da entidade, em janeiro de 2018, a diferença de preço do milho de Mato Grosso e o de Goiás era de 37,57%. Em junho deste ano, essa parcela chegou a 6,07%.
Somente em 2020, a produção nacional aumentou cerca de 1 bilhão de litros e Nolasco afirma que será possível verificar um crescimento de 700 milhões de litros na safra vigente. A perspectiva para os próximos anos é de que a produção de etanol de milho some entre 3,6 bilhões e 4 bilhões de litros em 2023, segundo a Unem. Para 2028, a projeção é de 8 bilhões de litros, o que seria equivalente a quase 20% do mercado total de etanol no País.
(AE)