A China deve importar 26 milhões de toneladas de milho em 2022, volume expressivo quando comparado à média dos últimos dez anos, mas 3,5 milhões de toneladas menor em relação ao previsto para este ano, projeta o Rabobank, no relatório “Perspectivas para o agronegócio brasileiro”, divulgado hoje.

Segundo o banco, “a China ainda enfrenta déficit em seus estoques de milho e, com isso, a substituição por outros grãos (trigo, arroz e cevada) ainda persistirá ao longo de 2022, o que limitará o volume importado do grão neste período”, diz. O principal fornecedor do grão ao gigante asiático será os Estados Unidos.

Em relação ao Brasil, porém, o relatório comenta que, neste ano, a queda significativa da safra de milho limitou as exportações. Assim, “em meio a um cenário de salto de produção de 87 milhões de toneladas para 116 milhões de toneladas, é esperado que o volume exportado alcance 37 milhões de toneladas, 20 milhões de toneladas acima do volume exportado em 2021”, cita o banco.

Outro setor importante de consumo interno do grão, além do segmento de proteína animal, é o da indústria de etanol de milho, diz o Rabobank. “A produção de etanol de milho deve apresentar novo crescimento, na ordem de 500 milhões a 600 milhões de litros adicionais no comparativo com 2021”, diz o Rabobank. Dessa forma, a estimativa do Rabobank é que o consumo brasileiro de milho em 2021 fique entre 73 milhões e 74 milhões de toneladas, ante 72 milhões de toneladas em 2021.

Quanto à safra brasileira, o Rabobank projeta plantio de 20,8 milhões de hectares de milho na safra 2021/22, aumento de 5% ante o ciclo anterior, estimulado pelos preços altos do grão em 2020/21. Já a produção pode bater nos 116 milhões de toneladas. “Vale ressaltar que essa expectativa de produção estará condicionada principalmente ao
desenvolvimento da segunda safra”, diz o banco.

(AE)