A JBS planeja importar até 100 mil toneladas de milho para reforçar suas operações em Santa Catarina nos meses de março e abril, segundo fonte ouvida pelo Broadcast Agro. Além de 30 mil toneladas já adquiridas da Argentina, a empresa negocia outras 60 mil toneladas, que devem chegar ao Estado em março. “Eles (JBS) querem fechar o contrato até amanhã ou sexta-feira; precisam apenas encontrar navios para trazer o produto para Santa Catarina”, disse a fonte. Procurada, a JBS não quis comentar o assunto.

Para a empresa, importar o cereal e levá-lo a unidades catarinenses sai mais barato do que comprar milho no mercado interno, explica o interlocutor. Milho argentino colocado em unidades da empresa no sul de Santa Catarina é negociado a R$ 40,50/R$ 41 a saca. Já o cereal adquirido no Paraná ou em Mato Grosso do Sul custaria, com frete e impostos, R$ 44 a R$ 45/saca. Na região central de Santa Catarina, produtores pedem R$ 40/saca para retirada na fazenda, diz a fonte – o que implicaria custo adicional do frete até a empresa. Além disso, vendedores de modo geral têm restringido a oferta de milho, acreditando que os preços vão subir mais após o fim da colheita do cereal de verão.

Outro fator que pode estar influenciando a companhia a importar o produto são as condições de pagamento. “A empresa vem dando preferência à negociação do milho com preço a fixar, ou seja, negocia um volume e vai recebendo (e pagando) o cereal em intervalos. O setor industrial aposta que a segunda safra de milho será grande, então, se deixarem o pagamento mais para frente, é possível que o milho esteja mais barato do que hoje”, explicou. Já na importação, tradings muitas vezes recorrem a financiamento internacional, lembra a fonte, com taxas de juros anuais de 2% a 4% ao ano – bem inferiores às do Brasil. Desta forma, podem pagar à vista e quitar o financiamento no longo prazo. (AE)