A produção de milho na China na temporada 2020/21 deve somar 260,7 milhões de toneladas, de acordo com projeção do adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Pequim. A estimativa representa diminuição de apenas 100 mil toneladas em relação ao ciclo anterior, e reflete uma menor área plantada mas maior rendimento.
Embora o governo chinês insista que o tombamento de plantas por causa de tufões no principal cinturão agrícola, no Nordeste do país, tenha tido impacto limitado sobre a produção, fontes do setor pintam um quadro diferente. Além de dificultar e encarecer a colheita, o tombamento pode resultar em maior toxicidade dos grãos. Em grande parte por causa disso, essas fontes estimam uma perda de pelo menos 8 milhões de toneladas.
A projeção do adido para uso de milho em ração animal é de 194 milhões de toneladas em 2020/21, aumento de apenas 1 milhão de toneladas ante a estimativa para 2019/20. No entanto, o uso em ração dos principais grãos, incluindo milho, trigo, sorgo, cevada e arroz, deve aumentar 15,6 milhões de toneladas ante o ciclo anterior, para 249,9 milhões de toneladas, segundo o adido. Esse aumento esperado da demanda se deve em grande parte à recomposição do plantel de suínos do país, após surtos de peste suína terem reduzido drasticamente o número de animais.
Muitas fontes do setor acreditam que haverá um déficit de milho para ração de 23 milhões de toneladas em 2020/21. Para preencher essa lacuna, o governo chinês deve realizar leilões das reservas estatais, promover substituição por outros grãos e elevar as importações, disse o adido. Em geral, grandes players apostam que a substituição de milho por trigo e arroz será uma das principais tendências nos próximos dois anos.
O adido manteve sua projeção para importações chinesas de milho em 22 milhões de toneladas em 2020/21. O número elevado se deve aos altos preços domésticos, a necessidade de recompor os estoques estatais e o maior consumo de ração animal. “A China importou mais do que a cota tarifária de 7,2 milhões de toneladas no ano civil 2020 (de 1º de janeiro a 31 de dezembro), e não dá sinais de que vá diminuir o ritmo”, afirmou o adido. (AE)