Produtores brasileiros devem colher um recorde de 118 milhões de toneladas de milho em 2022/23, disse em relatório o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília, em sua primeira projeção para o próximo ciclo. O volume representa aumento de 2,6% ante a estimativa para 2021/22, de 115 milhões de toneladas. A área de milho deve aumentar 1 milhão de hectares, ou 4,65%, para 22,5 milhões de hectares. Segundo o adido, a expansão esperada da área está em linha com a verificada nas temporadas anteriores, e se deve em parte à alta dos preços e da demanda, exacerbada pelo conflito na região do Mar Negro.
Interlocutores ouvidos pelo adido no mês passado se mostraram otimistas em relação à temporada 2022/23, mas observaram que a guerra na Ucrânia e a escassez de fertilizantes podem levar produtores a alterar seus planos de plantio mais à frente. “Uma redução dos insumos também levaria a rendimentos mais baixos, embora o impacto deva ser desigual em todo o país”, disse o adido.
A previsão inicial do adido para as exportações brasileiras de milho em 2022/23 é de 45 milhões de toneladas, um aumento de 2,3% ante a estimativa para este ano, de 44 milhões de toneladas. A projeção é baseada na expectativa de produção recorde na próxima temporada. “No entanto, se a produção ficar abaixo das expectativas iniciais, as exportações também devem diminuir, já que o consumo no mercado doméstico é relativamente inelástico.”
O consumo interno de milho em 2022/23 deve totalizar 75 milhões de toneladas, 2,7% mais do que a estimativa para a temporada atual, de 73 milhões de toneladas.