Áreas produtoras de milho segunda safra devem enfrentar novas adversidades climáticas, projeta a EarthDaily Agro, empresa que monitora áreas agrícolas a partir de análises de imagens de satélite. Segundo a empresa, o estresse hídrico persistirá em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais nos próximos dez dias, tomando como base os mapas do modelo meteorológico europeu (ECMWF). “Espera-se um acumulado de até 5 mm para praticamente toda a zona do milho safrinha nesse período e, com isso, a umidade do solo deverá continuar de 10% a 40% abaixo da média nos três Estados, desenhando um cenário desfavorável para o desenvolvimento das áreas produtivas”, disse a empresa.
No caso de Mato Grosso, o modelo norte-americano (GFS) indica chuvas entre 9 e 18 de maio. “Os índices de vegetação apontam deterioração há algumas semanas e o maior volume de chuvas deve aliviar o estresse hídrico, caso a previsão do GFS se concretize. Por outro lado, se considerada a previsão do ECMWF, a umidade do solo deve continuar bem abaixo da média, o que pode limitar o potencial produtivo das lavouras”, disse.
Ainda conforme o levantamento, Goiás e Mato Grosso registraram chuvas 60% a 80% abaixo da média no acumulado dos últimos 10 dias, com volumes abaixo de 5 mm. “Do início de março até 4 de maio, a precipitação acumulada foi a menor nesse período nos últimos 10 anos”, disse a EarthDaily Agro.
Tanto o modelo meteorológico europeu quanto o norte-americano preveem onda de frio nos próximos dias para as regiões produtoras de milho de inverno. “Em Mato Grosso e Goiás, as temperaturas mínimas devem variar de 10°C a 20°C, porém em Mato Grosso do Sul e Paraná as mínimas devem atingir de 6°C a 14°C. Há risco de geadas no sul do Paraná, com temperaturas de 6°C.” O sul do Paraná, contudo, não está entre as principais regiões produtoras de milho em segunda safra – norte e oeste do Estado concentram a produção.