O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirmou que a indústria de proteína animal precisa buscar alternativas ao milho como insumo da ração. “Precisamos unir os elos da cadeia, criar alternativas, investir nos cereais de inverno. Nosso presidente do Conselho Consultivo, Francisco Turra, está trabalhando nesse projeto no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, para fortalecer e ter mais alternativas”, disse ontem (16) o executivo durante o Fórum Mais Milho 2021, promovido pelo Canal Rural.
A ideia foi defendida também por outros participantes do Fórum, como o chefe-geral da Embrapa Trigo, Osvaldo Vasconcellos Vieira, o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Dirceu Talamini, e o secretário adjunto da Secretaria de Agricultura de Santa Catarina, Ricardo Miotto.
Santin disse também que a cadeia de carnes precisa de maior capacidade de armazenamento de grãos para garantir fornecimento de milho a um custo razoável. “O setor precisa de mais armazenagem, para o produtor (de carnes), construir mais armazéns para a integradora, para que possa se adiantar (na aquisição de milho) e ter mais estabilidade”, argumentou.
O presidente da ABPA informou que, em conversas com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e secretários da pasta, todos foram “unânimes” em dizer que “não vai faltar milho este ano”. A estimativa de estoque de passagem da Conab, de 9 milhões de toneladas, reforça a mensagem transmitida pelo Ministério, mas o executivo lembrou que o patamar de preços do cereal está alto.
Ele enfatizou que a entidade não deseja “controle das exportações” e que o País deve continuar exportando o cereal e importando quando for necessário. “O trigo feed (forrageiro) é uma alternativa, o aumento da produção de milho e a produtividade, também. As exportações (de milho) devem continuar crescendo, mas precisamos dar condições para as exportações brasileiras de carnes”, afirmou. (AE)