Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto
Lygia Pimentel é médica veterinária e consultora pela Agrifatto
Considerando os últimos 5 anos, nota-se a influência clara da sazonalidade sobre os preços pecuários, de modo que os meses de maio e junho costumam representar aqueles de preços mais baixos, enquanto setembro a novembro registram valores mais altos como resposta à falta de massa de forragem.
O gráfico 1 mostra a variação porcentual dos preços em uma base mensal de acordo com o indicador Cepea entre 2011 e 2016.
O levantamento confirma que, tradicionalmente, dezembro registra valores de balcão menores do que aqueles observados em outubro, principalmente conduzidos pelo fator sazonal. Em outras palavras, ele evidencia como incomum a consolidação da tendência maior do mercado futuro, que aponta uma curva positiva para as cotações entre outubro e dezembro. Cotação essa, inclusive, que é registrada atualmente na B3 (antiga BM&FBovespa), portanto, uma oportunidade de venda não observada nos últimos 3 anos (os últimos registros de projeção positiva para o contrato de dezembro frente aos valores praticados em outubro ocorreram em 2013 e 2014, marcados no gráfico 2 pelo círculo em vermelho).
Além disso, o contrato futuro, atualmente precificado em R$ 145,00/@, equivale ao patamar de fevereiro quando o indicador Cepea registrou, até então, a segunda melhor cotação para 2017, em R$ 144,90/@.
Lembrando que mesmo considerando a recente valorização da arroba de boi gordo a partir de agosto, a máxima registrada no segundo semestre ocorreu em setembro, em R$ 143,47/@.
Portanto, de forma a aproveitar a alta do contrato de dezembro, que tem diferença positiva de R$ 5,50/@ em relação aos preços praticados no mercado físico atualmente, uma recomendação de proteção seria a compra de PUT de R$ 140,00/@ com o custo R$ 0,80, bem como a venda simples de contratos futuros na casa de 145.