A Marfrig Global Foods está redirecionando a produção de carne bovina que seguia para a China e investindo em produtos de alto valor agregado para compensar a suspensão das vendas para o país asiático, disse executivo da empresa em teleconferência com analistas na quarta-feira (27).
A Marfrig tem 13 plantas habailitadas a exportar carne bovina para a China, das quais sete estão no Brasil, quatro no Uruguai e duas na Argentina.
“Num primeiro momento, o que fizemos foi que redirecionamos os contratos brasileiros para as plantas no Uruguai e na Argentina”, disse o presidente das operações da empresa na América Latina, Miguel Gularte.
A Marfrig também tem investido em produtos industrializados, com alto valor agregado, nas vendas de carnes com marcas, e também se beneficia dos canais de vendas e-commerce e delivery desenvolvidos pelo segmento de food service durante a pandemia.
As exportações de carne da América do Sul para os Estados Unidos também continuam aceleradas. A Marfrig disse que cinco de suas dez plantas no Brasil estão habilitadas a exportar para os EUA e duas estão em fase adiantada para receber a aprovação.
Gularte disse que a empresa espera aumento na demanda da Europa e do mercado doméstico brasileiro no quarto trimestre, seguindo a tendência sazonal da época de festas de fim de ano.
Ele acrescentou que a empresa não está fechando muitos contratos de exportação de longo prazo para ter a flexibilidade de retomar as vendas para a China assim que o país asiático voltar a comprar do Brasil.
“Seguimos nessa modalidade de, com muita cautela, ir escolhendo o melhor destino, trabalhando com o que está na nossa mão”, disse Gularte.
O Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China em 4 de setembro, seguindo as regras do protocolo comercial entre os países, após a confirmação de dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina. Desde então, o governo brasileiro tem enviado informações às autoridades asiáticas e aguarda uma resposta sobre a retomada do comércio.
(CarneTec)