A Marfrig Global Foods aponta a possível desaceleração da economia global, acentuada por um aumento nas restrições comerciais entre países do G20, e eventuais recuos no consumo como os principais fatores de risco para este segundo semestre. Em nota para divulgação do balanço financeiro, a companhia afirma que a queda na demanda pode vir em decorrência da desvalorização das moedas de países emergentes. “Especificamente em relação ao setor de proteínas, riscos de doenças permanecem fatores-chave para o negócio”, acrescenta o comunicado.
A companhia cita o dado do último relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja projeção de crescimento para economia mundial em 2018 está em 3,9% ao ano. “Todavia, essa perspectiva de expansão está se demonstrando menos uniforme tanto nos mercados maduros como nos emergentes e economias em
desenvolvimento”, analisa a Marfrig.
As expectativas econômicas para os Estados Unidos são positivas, mas as projeções para a Zona do Euro, Japão e Reino Unido foram revistas para baixo, diz a Marfrig. Entre os mercados emergentes, espera-se um menor crescimento para Brasil, Argentina e Índia.
No mercado de bovinos, a Marfrig acredita que a oferta de gado no Brasil continue favorável no semestre. “A redução de abate causada pela greve dos caminhoneiros deve ampliar o fornecimento de gado”, estima. No entanto, a demanda doméstica é considerada incerta, pois a companhia acredita que o recuo nas expectativas do Produto Interno Bruto (PIB) do País tendem a afetar o potencial de consumo interno no ano.
O reconhecimento sanitário dado ao País pela Organização Mundial da Saúde (OIE, na sigla em inglês), como livre de febre aftosa com vacinação, tende a ampliar o acesso a mercados internacionais, diz a Marfrig, com a possibilidade de venda de carne bovina com osso à China.
Nos Estados Unidos, a expectativa é de que nos próximos meses o setor continue se beneficiando do aumento da oferta de gado.