A JBS informou na semana passada que, em menos de um mês desde seu lançamento, um dos maiores programas de solidariedade para o enfrentamento do novo coronavírus no país já tem 80% de seus recursos empenhados.
Dos R$ 400 milhões que serão doados pela JBS contra a pandemia no Brasil, R$ 320 milhões estão com destino certo e serão aplicados nas três frentes de atuação do programa – saúde, assistência social e ciência. A estimativa é que mais de 63 milhões de pessoas sejam beneficiadas com as ações.
Os recursos chegarão a 197 cidades brasileiras de 18 estados mais o Distrito Federal, e serão entregues em bens e serviços segundo as necessidades de estados e municípios. “Em São Paulo, por exemplo, a companhia doou o serviço de fisioterapeutas para a operação de respiradores. A JBS providenciou o fretamento de um avião para trazer da China equipamentos e medicamentos para outra capital do Sudeste. Em Salvador, doará o custeio de parte da segunda tenda do hospital de campanha”, disse a empresa em nota.
A alocação dos recursos se baseia em diagnóstico feito com sistemas de saúde municipais e dos estados atendidos e incluiu entrevistas e análise de dados. Essas informações foram avaliadas por especialistas dos três comitês independentes do programa da JBS nas áreas de saúde, social e ciência e que, “com larga experiência em seus respectivos setores de atuação”, apoiaram na definição das ações e projetos atendidos.
Entre os recursos com maior demanda emergencial, destacam-se os equipamentos de proteção individual (EPIs) e hospitalares, além das cestas básicas. Foram compradas 405.772 cestas (total de R$ 23,5 milhões). Em EPIs, são 15,846 milhões de unidades para mais de 500 hospitais e centros de saúde.
Um tipo de insumo em especial tem servido ao atendimento das emergências de saúde pública e social: os itens de higiene e limpeza. Doados tanto a famílias carentes como a hospitais, são mais de 400 mil frascos de álcool líquido, álcool em gel, água sanitária, sabonete líquido e desinfetantes hospitalares. Também serão doadas máscaras de tecido para vários municípios, incentivando a prevenção da doença e contribuindo com as economias locais, já que a empresa optou, neste item, por fornecedores das regiões a serem ajudadas.
No exterior, a JBS já havia anunciado em maio a doação de R$ 300 milhões majoritariamente para apoiar ações nos Estados Unidos relacionadas à assistência alimentar, fornecimento de EPIs para socorristas, entre outros esforços em comunidades locais.
Legado permanente
Com o propósito de deixar um legado permanente, a JBS destaca a construção de dois hospitais modulares: em Ceilândia, no Distrito Federal, e em Porto Velho, Rondônia. “Projetos a cargo da Brasil ao Cubo, responsável pela entrega dos hospitais semelhantes no M’Boi Mirim (São Paulo) e em Porto Alegre (RS). O prazo médio de entrega das instalações é de 30 a 45 dias”, disse a empresa.
Para suprir a falta de equipamentos no tratamento dos casos mais graves de covid-19, a companhia já aplicou, até o momento, R$ 72,9 milhões na compra de aparelhos hospitalares. Em aproximadamente 30 dias, começarão a ser enviados os leitos, equipamentos e EPIs a mais de 100 mil profissionais da saúde. Por meio de EAD, uma equipe de profissionais fornecerá treinamento para operação desses leitos.
O programa já conseguiu reservar 265 respiradores. Entre os itens mais requisitados estão monitores multiparâmetro, conhecidos como monitores de sinais vitais. Serão enviados 885 para 14 estados das cinco regiões do país. Destaque ainda para 1.775 camas clínicas e de UTI.
As 460 bombas de infusão, utilizadas para aplicação de medicação intravenosa como sedativos, também tiveram grande demanda, a exemplo de 1.763 oxímetros (aparelhos que medem quanto de oxigênio o sangue do paciente transporta) e 3.402 termômetros clínicos. Completam a lista aspiradores de secreção, camas clínicas e de UTI, desfibriladores, macas de transporte, estetoscópios, tomógrafos, aparelhos de raio X, ultrassons portáteis e eletrocardiógrafos. Também serão providenciadas pela empresa 47 ambulâncias.
Instituições de pesquisa com estudos em todo o país também receberão apoio, na busca de avanços científicos contra o novo coronavírus. Projetos sociais específicos, capazes de beneficiar diretamente 500 mil pessoas, também foram selecionados.
Todo esse trabalho vem sendo coordenado por Joanita Maestri Karoleski, ex-CEO da Seara, com um time de 30 colaboradores da JBS totalmente dedicado à iniciativa. A contribuição da companhia também se estende pela utilização de sua estrutura pelo país. As consultorias Tyno, na área administrativa, e a Grant Thornton, na auditoria das doações, apoiam o projeto de forma pro bono. (CarneTec)