A prática da classificação de carcaças bovinas, mais a sua tipificação, é atualmente utilizada pela indústria frigorífica dos maiores produtores globais de proteína animal. Como a Austrália, a Nova Zelândia e os Estados Unidos e Brasil. Com exceção do País, nos demais ela é feita de forma oficial por órgãos do governo ou por associações de raças ou de comércio de carne. No Brasil, cada empresa tem a sua, guardada a sete chaves.

Nesta segunda 27, a Friboi, chapéu da JBS para as suas marcas de carne, anunciou que vai investir R$ 600 mil na unidade de Campo Grande 2 (MS) para testar uma nova tecnologia de classificação.

De acordo com a empresa, ela é  inovadora porque vai utilizar um sistema que consiste em capturar imagens por câmeras digitais. Os dados serão sobre acabamento de gordura da carne e serão analisados em tempo real.  Para as demais mensurações, o atual método não será alterado.

Com isso, será possível a classificação automatizada da matéria-prima neste critério, que é um dos itens avaliados na premiação dos fornecedores da empresa. A empresa não informa quantos animais são abatidos em média na unidade de Campo Grande. Diz, apenas que será um teste. No País, a companhia possui 37 unidades de abate.

O grau de acabamento é o principal fator que determina o valor comercial de uma carcaça. A cobertura de gordura evita a desidratação, preserva a cor da carne, ou seja ela fica escura, e também preserva a maciez ao não interferir o menos possível no tamanho dos sarcômeros. Tecnicamente, sarcômero é um dos componentes básicos do músculo estriado que permite a contração muscular.

Adotada pelo Instituto Nacional de Carnes (Inac), do Uruguai e também pelo governo da França, a tecnologia que será utilizada pela Friboi vem da Normaclass. A empresa francesa foi adquirida em 2019 pela Scott Technology, companhia neozelandesa controlada pela JBS que atua em automação e robótica.

De acordo com a companhia, os recursos para implantação dessa inovação fazem parte dos R$ 8 bilhões que a JBS irá investir no Brasil nos próximos 5 anos.