A JBS anunciou na quinta-feira (04) que firmou parceria com a Royal DSM, empresa global atuante nas áreas de saúde, nutrição e biociência, para implementar um projeto com a meta de reduzir a emissão de metano entérico bovino em escala mundial. Para alcançar o objetivo, a JBS utilizará o Bovaer®, suplemento nutricional desenvolvido pela DSM para melhorar consideravelmente a pegada de gases de efeito estufa (GEE) na cadeia de valor da produção de carne bovina. O acordo foi assinado na COP26, em Glasgow, na Escócia.
Segundo a DSM, o desenvolvimento do Bovaer® transcorreu por mais de dez anos, por meio de 45 testes de longa duração em fazendas, em 13 países espalhados por quatro continentes, o que resultou em mais de 48 estudos publicados em revistas científicas independentes. No início de setembro de 2021, o Brasil foi o primeiro mercado a conceder a aprovação regulatória total para o Bovaer®.
O Bovaer® é adicionado à alimentação dos animais, com potencial de reduzir em até 90% as emissões entéricas de metano, como comprovado recentemente em um estudo australiano de confinamento de carne bovina. Um quarto de colher de chá do aditivo ao dia, por animal, inibe a enzima que ativa a produção do gás metano no estômago do ruminante. Segundo a DSM, o efeito é imediato e, se o uso for interrompido, a emissão de gases é retomada integralmente. A DSM e a JBS vão desenvolver em conjunto o plano de implementação do Bovaer® na cadeia produtiva. O objetivo é promover uma transição da indústria global de carne bovina, liderada pela JBS, para obter, via nutrição, um caminho seguro para reduzir as emissões de metano.
“A estratégia de negócios da JBS é a sustentabilidade. Estamos desenvolvendo um grande plano de ação para a redução de toda a pegada de carbono da companhia, e essa parceria com a DSM vai contribuir não só com nossos planos, mas com todo o setor nesta complexa questão das emissões de metano”, disse o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, em nota.
“Estamos ansiosos para oferecer uma solução eficaz e cientificamente comprovada para o desafio das emissões de metano pela agropecuária. Como os sistemas alimentares e a crise climática estão intrinsecamente ligados, é fundamental enfrentar o desafio da pecuária sustentável para um planeta saudável”, disse o co-CEO e membro do Conselho de Administração da Royal DSM, Dimitri de Vreeze, na mesma nota.
Metas e outras ações
Para alcançar essa meta em escala global, a JBS e a DSM definiram um cenário de ponta a ponta para desenvolver, construir e testar o suplemento nas operações da JBS. Inicialmente, o suplemento nutricional será fornecido para bovinos confinados. Após seis meses, os testes serão expandidos para um segundo mercado, que pode ser a Austrália ou os Estados Unidos, duas das maiores operações da JBS no mundo.
O plano contempla o desenvolvimento de metodologias para criar ferramentas de avaliação ao longo de todo o ciclo da cadeia da JBS, com a participação técnica de instituições acadêmicas e de pesquisa.
Em março deste ano, a JBS assumiu o compromisso Net Zero 2040, ou seja, de zerar o balanço líquido de suas emissões de gases causadores de efeito estufa em 19 anos.
Entre as ações para atingir o net zero, a JBS está investindo US$ 1 bilhão até 2030 para descarbonizar todas as operações diretas e indiretas e mais US$ 100 milhões em pesquisa para desenvolver soluções que tornem a agropecuária cada vez mais sustentável. A companhia também atrelará o bônus dos executivos às metas climáticas.
Para a redução do metano na cadeia da pecuária, a JBS tem trabalhado também com outras soluções, como uma em parceria com o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, revelou a empresa.
(CarneTec)