Os irmãos Wesley e Joesley Batista são alvo de um novo processo sancionador (PAS) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O novo processo apura a diligência dos dois e de mais três conselheiros da JBS no monitoramento da política de hedge (proteção cambial) da companhia. Os fatos que deram origem ao novo PAS começaram em 2013, mas vieram à tona com o pente fino do regulador a que o grupo vem sendo submetido desde que a delação premiada dos dois irmãos se tornou pública, em maio de 2017.

As informações atualizadas constam de um comunicado ao mercado, divulgado hoje pela CVM. Ele mostra que existem oito processos administrativos, um inquérito e três sancionadores envolvendo as companhias e seus controladores.

De acordo com a CVM, até agora, um processo sancionador foi julgado e dois estão no Comitê de Termo de Compromisso para avaliação da proposta de acordo. Em um dos casos, Wesley Batista, JBS, Seara e Eldorado Brasil Celulose tentam firmar termo de compromisso pelas acusações de terem realizado operações com derivativos de dólares entre os dias 5 e 17 de maio, ou seja, antes de se tornarem públicos os acordos de delação e a gravação feita por Joesley com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu.

O outro caso envolve a negociação de ações da JBS nas semanas que antecederam o vazamento da delação. A CVM acusa Joesley e Wesley Batista e a holding FB Participações por terem feito uso de informação privilegiada. De acordo com os resumos fornecidos pela CVM, Wesley e Joesley se revezaram no comando das operações. No caso dos derivativos de câmbio, a ordem teria partido de Wesley. Já a negociação de ações teve a participação de ambos.

O Processo Sancionador instaurado hoje está em fase de apresentação de defesa pelos acusados. Além dos irmãos Batista, foram arrolados o pai deles, José Batista Sobrinho, e dois conselheiros da JBS: Humberto Junqueira de Farias e Tarek Mohamed Noshy Nasr Mohamed Farahat. Eles são acusados de não terem tido cuidado no monitoramento da política de hedge aprovada no conselho de administração da empresa em 2014 e alterada em 2016. A CVM alega ainda que faltou aos conselheiros cuidado ao tratar de alterações propostas por uma consultoria, em 2013. (Reuerts)