A Corteva, empresa de sementes e agroquímicos que se desmembrou da DowDuPont em 2019, obteve lucro líquido de US$ 41 milhões, ou US$ 0,05 por ação, no quarto trimestre do ano passado, informou a companhia ontem, depois do fechamento do mercado. Em igual período do ano anterior, a Corteva registrou prejuízo de US$ 21 milhões, ou US$ 0,03 por ação. Analistas consultados pela FactSet esperavam um prejuízo de US$ 33 milhões.
A receita líquida aumentou 7,5% na mesma comparação, para US$ 3,207 bilhões. Na América do Norte, as vendas aumentaram 20%, para US$ 1,35 bilhão. Na America Latina, houve queda de 5%, para US$ 1,051 bilhão. As vendas orgânicas, no entanto, aumentaram 19% na América do Norte e 17% na América Latina. Segundo a companhia, preços mais altos em todas as regiões ajudaram a compensar o impacto negativo do câmbio, que foi liderado pelo real.
As vendas de produtos para proteção de lavouras no quarto trimestre cresceram 13%, para US$ 1,967 bilhão, com aumento de 11% no volume e de 10% nos preços locais. Porém, isso foi parcialmente compensado por um efeito negativo de 8% do câmbio. Na América do Norte, houve aumento de 31%, para US$ 845 milhões. As vendas na América Latina diminuíram 2%, para US$ 602 milhões. Em termos orgânicos, a receita com esses produtos aumentou 31% na América do Norte e 21% na América Latina.
No segmento de sementes, as vendas ficaram praticamente estáveis no quarto trimestre, em US$ 1,24 bilhão. Um aumento de 9% do volume foi compensado por um impacto cambial negativo de 9%. O maior volume refletiu em parte fortes vendas para a segunda safra de milho no Brasil, disse a Corteva. Na América do Norte, as vendas aumentaram 4%, para US$ 505 milhões. Na América Latina, houve queda de 9%, para US$ 449 milhões. As vendas orgânicas cresceram 4% na América do Norte e 13% na América Latina.
Para todo o ano de 2021, a Corteva projeta receita liquida entre US$ 14,4 bilhões e US$ 14,6 bilhões.
A Corteva vem sofrendo pressão do fundo ativista Starboard Value, que pretende substituir dois terços do conselho de administração da companhia e também o CEO, Jim Collins. O fundo de hedge confirmou no mês passado que indicou oito nomes para o conselho da companhia, que tem um total de 12 assentos.
Segundo o fundo e seu CEO, Jeff Smith, a Corteva vem demorando para melhorar sua lucratividade, perdeu oportunidades de melhorar suas operações e o CEO Jim Collins não foi cobrado por isso. “A Corteva e seus acionistas merecem algo melhor”, disse Smith em carta enviada ao conselho da empresa em janeiro.
O presidente da Corteva, Greg Page, disse na ocasião que o conselho apoia Collins unanimemente. Membros do conselho e executivos da Corteva se reuniram várias vezes com a Starboard e concordaram com alguns pontos levantados pelo fundo, disse Page, observando que até então a Starboard não tinha feito recomendações específicas para melhorar as operações da companhia. “Reconhecemos que temos mais trabalho a fazer, e pretendemos cumprir nossos compromissos”, afirmou Page. (AE)