O cenário para o mercado de trabalho brasileiro indica redução do pessimismo nos próximos meses, mas a segunda alta seguida do Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da FGV em junho ainda deve ser vista com cautela.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta terça-feira que o IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 14,0 pontos em junho, alcançando 56,7 pontos. Com esse resultado, o indicador recupera em maio-junho 33% das perdas de março-abril.
“… o resultado ainda é o terceiro menor da série histórica e precisa ser interpretado com cautela. A melhora do indicador sugere uma diminuição do pessimismo sobre o mercado de trabalho nos próximos meses, e que o pior momento parece ter ficado para trás”, avaliou em nota o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler.
“Contudo, a alta incerteza sobre o controle da pandemia e sobre o formato dessa recuperação econômica ainda são fatores que causam preocupação e podem limitar a continuidade do movimento de recuperação dos empregos”, alertou ele.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, caiu 2,2 pontos e chegou a 97,4 em junho. O comportamento do ICD é semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado.
“Mesmo com o resultado positivo em junho, o indicador se mantém em patamar elevado sugerindo que ainda não é possível imaginar um cenário de melhora na taxa de desemprego no curto prazo”, completou Tobler.
A taxa de desemprego chegou a 12,6% entre fevereiro e abril, de 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, com perdas recordes na ocupação, e o número de desempregados atingindo 12,8 milhões, diante das dispensas provocadas pelas medidas de restrição ao coronavírus. (Reuters)