A Índia não tem planos de reduzir as exportações de alimentos por enquanto, disse o ministro do Comércio e Indústria, Assuntos do Consumidor e Alimentação, Piyush Goyal, nesta sexta-feira, semanas depois de Nova Délhi proibir as exportações privadas de trigo.
“Até agora, não vemos a necessidade de fazê-lo em nenhuma outra mercadoria”, disse Goyal, respondendo a uma pergunta se o governo do primeiro-ministro Narendra Modi estava considerando proibir a exportação de produtos alimentícios como arroz.
A Índia proibiu as exportações de trigo em 14 de maio, poucos dias depois de Nova Délhi prever embarques recordes de 10 milhões de toneladas este ano, quando uma onda de calor atingiu a produção e levou os preços domésticos a recordes.
Algumas semanas depois, a Índia impôs restrições às exportações de açúcar pela primeira vez em seis anos, limitando embarques desta temporada a 10 milhões de toneladas para evitar um aumento nos preços domésticos depois que as usinas venderam um volume recorde no mercado mundial.
A surpreendente decisão do governo de proibir as exportações de trigo e restringir as exportações de açúcar também levantou dúvidas sobre algumas restrições às vendas de arroz no exterior.
No ano fiscal até março de 2022, a Índia, maior exportador mundial de arroz, vendeu um recorde de 21,2 milhões de toneladas do grão no mercado global, ante 17,8 milhões de toneladas no ano anterior.
No final do mês passado, autoridades do governo e da indústria disseram à Reuters que a Índia não planejava reduzir as exportações de arroz.
As chuvas de monção, que nutrem as plantações, desempenharão um papel importante na determinação das colheitas de arroz deste ano, e as abundantes chuvas de monção ajudarão Nova Délhi a manter sua posição proeminente no comércio global de arroz.
Goyal também disse que um painel do governo está examinando pedidos de governos estrangeiros para fornecimento de trigo.
A Índia consideraria “exigências genuínas” para o trigo de outros países, disse ele.
Separadamente, o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, disse: “Os ministros das Relações Exteriores de alguns países me ligaram e garantimos a eles que teriam acesso aos nossos mercados”.
(Reuters)