Brasil teve superávit comercial de 8,1 bilhões de dólares em julho, maior para todos os meses da série histórica do Ministério da Economia iniciada em 1989, mais uma vez beneficiado por um forte tombo nas importações em meio à crise com o coronavírus.
O dado, divulgado nesta segunda-feira, veio exatamente em linha com projeção de um superávit de 8,10 bilhões de dólares, segundo pesquisa Reuters com analistas.
De um lado, as importações caíram 35,2% em julho sobre um ano antes, a 11,5 bilhões de dólares, com redução observada tanto em volumes quanto em preços.
Pelo critério da média diária, houve diminuição de 62,7% nas compras de produtos da indústria extrativa, de 33,6% em itens da indústria de transformação e de 6,5% nas produtos da agropecuária.
“É uma queda generalizada das nossas importações e muito mais forte que nossas exportações, que estão sendo impulsionadas pelo agronegócio”, afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz.
“Isso em muito tem a ver com a dinâmica interna da economia brasileira, que ainda se encontra em processo de recuperação”, completou.
Já as exportações somaram 19,6 bilhões de dólares, queda de 2,9% sobre igual mês do ano passado pela média diária.
Segundo dados do ministério, os volumes vendidos subiram em todas as três categorias analisadas —agropecuária, indústrias extrativas e indústrias de transformação. Mas os preços sofreram recuo significativo nas indústrias extrativas e de transformação, levando o desempenho geral para o campo negativo.
Em junho, as trocas comerciais haviam ficado positivas em 7,5 bilhões de dólares, outro saldo expressivo, também sob o impacto da queda das importações.
No acumulado de janeiro a julho, a balança brasileira ficou superavitária em 30,4 bilhões de dólares, acima dos 28,1 bilhões de dólares de igual período do ano passado.
Para o ano, o Ministério da Economia prevê um superávit de 55,4 bilhões de dólares para as trocas comerciais, acima do saldo de 48,1 bilhões de dólares no ano passado, estimativa que foi atualizada em junho. (Reuters)