A China importou um recorde de 12,14 milhões de toneladas de soja em agosto, com os comerciantes aproveitando os preços mais baixos para formar estoque em meio a preocupações de que a tensão comercial com os Estados Unidos poderia se intensificar se Donald Trump voltasse à presidência.
As importações do mês passado representaram um salto de 29% em relação às 9,43 milhões de toneladas de um ano atrás, de acordo com cálculos da Reuters baseados em dados alfandegários divulgados nesta terça-feira.
“O aumento decorreu do fato de que navios que tiveram o desembaraço alfandegário atrasado no mês passado finalmente foram liberados neste mês”, disse Rosa Wang, analista da JCI, empresa de agroconsultoria sediada em Xangai.
“Os baixos preços da soja em Chicago proporcionaram boa chance para grandes compras nos últimos meses, enquanto alguns dizem que os compradores estão se preparando para qualquer possível alta tarifária que Donald Trump possa impor se vencer as eleições nos EUA”, disse Wang.
O total de chegadas de soja nos primeiros oito meses do ano foi de 70,48 milhões de toneladas, um aumento de 2,8% em relação ao ano anterior, segundo dados da Administração Geral de Alfândega.
O grande volume de chegadas aumenta o excesso de oferta de soja no principal comprador mundial da commodity, já que a economia local em dificuldades enfraquece o consumo de carne e laticínios.
Os grãos de soja são esmagados e transformados em farelo para ração animal e óleo para cozinhar.
Os estoques domésticos de soja e farelo de soja diminuíram ligeiramente, mas continuam altos, informou a consultoria agrícola MySteel.
O aumento dos custos da soja importada elevou as margens de esmagamento em setembro no principal centro de processamento da China, Rizhao, para o valor mais alto desde julho, embora as esmagadoras ainda estejam perdendo cerca de 300 iuanes (42,17 dólares) por cada tonelada processada.
No Brasil, os produtores de soja podem produzir 14% a mais na temporada 2024/2025 do que na anterior, segundo uma pesquisa da Reuters com 10 analistas e instituições de mercado, já que aumentaram as expectativas de mais chuvas no último trimestre do ano.
(Notícias Agrícolas)