(Reuters) – As importações de soja da China junto a seu principal fornecedor, o Brasil, caíram 31% em maio quando na comparação com o mesmo mês do ano passado, mostraram dados de alfândegas, com compradores segurando aquisições do ingrediente para ração animal em meio a um surto de peste africana que reduziu o rebanho chinês de suínos.
A queda nas importações acontece em um momento em que a China já reporta 137 surtos de peste suína africana em quase todas suas províncias e regiões. O primeiro surto foi registrado no início de agosto de 2018.
O movimento também seguiu-se a esperanças de que uma guerra comercial entre China e Estados Unidos pudesse chegar a um fim, o que levou compradores a segurar importações da América do Sul com a expectativa de comprar produto dos EUA. As tensões comerciais, no entanto, escalaram novamente ainda no início de maio.
Os EUA eram o segundo maior fornecedor de soja da China antes da guerra comercial, mas as importações junto aos norte-americanos recuaram fortemente após o governo chinês ter colocado tarifas de 25% sobre as cargas dos EUA.
“Os embarques de maio foram agendados principalmente em abril e março, quando o mercado esperava que os grãos dos EUA poderiam vir para a China. Os processadores, portanto, não fizeram estoques”, disse um gerente de uma produtora de ração no Norte da China.
“Os processadores de soja também não agendaram tantas compras principalmente devido à peste suína africana”, acrescentou o gerente, que não quis se identificar.
A peste suína pode reduzir a produção de carne suína da China em cerca de 30% neste ano, segundo o Rabobank.
As importações de soja da China junto aos EUA foram de 977.024 toneladas, ante 489.539 toneladas no ano anterior, segundo os dados de alfândega.
No total, a China comprou 7,36 milhões de toneladas de soja em maio, queda de 24% na comparação anual, segundo dados já divulgados anteriormente pelo país.