Os portos do Paraná, um dos principais Estados agrícolas do Brasil, estão movimentado uma quantidade incomum de fertilizantes no momento, de acordo com autoridades portuárias que respondem pelas operações em Paranaguá e Antonina.
A situação é reflexo da aceleração das compras por importadores brasileiros, que temiam que sanções à Belarus e depois à Rússia pudessem reduzir o comércio desses produtos.
O Brasil importa cerca de 85% dos fertilizantes que consome, e compradores brasileiros têm buscado trazer o produto mesmo sem ter onde armazená-los.
Paranaguá, um dos portos mais movimentados do país, tem 18 navios aguardando para descarregar cerca de 600 mil toneladas de fertilizantes de diversas origens, informou a autoridade portuária em comunicado.
Todo a capacidade de armazenamento de 3,5 milhões de toneladas do porto já está em uso, dificultando o trabalho de descarga, disse Luiz Garcia, presidente da Paraná Portos, que falou à Reuters nesta terça-feira.
A velocidade de descarga de fertilizantes em Paranaguá, que depende de fatores como a estratégia comercial dos importadores, bom clima e disponibilidade de armazenamento, foi desafiada por um aumento no tráfego, 12 dias de chuva em março e espaço de armazenamento limitado.
Garcia disse que uma fila de 18 navios representou uma melhora em relação às últimas semanas, quando cerca de 30 navios esperavam para descarregar fertilizantes em Paranaguá, que é referência neste tipo de operação.
“Este cenário está mais controlado”, disse Garcia sobre a movimentação em Paranaguá, que recebe cargas de 30 países, incluindo China, Rússia, Canadá e Belarus.
Paranaguá é um porto público e possui a infraestrutura mais eficiente do Brasil para receber fertilizantes, disse Garcia.
O porto é atualmente capaz de descarregar uma média de cerca de 40 mil toneladas por dia.
O espaço de armazenamento ao redor da área portuária é de propriedade privada.
Os portos do Paraná, incluindo Paranaguá e Antonina, movimentaram 3,068 milhões de toneladas de importações de fertilizantes no primeiro trimestre, um aumento de 26% na comparação anual, e cerca de 31,5% do total de importações de fertilizantes do Brasil, disse a autoridade portuária.
(Reuters)