O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 1,98% em fevereiro, após ter avançado 1,79% em janeiro, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com isso, o IGP-10 acumulou alta de 3,80% no ano e avanço de 16,69% nos 12 meses encerrados em fevereiro.
O resultado de fevereiro ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta de 1,63% a 2,14%, com mediana de alta de 1,97%.
Já o resultado acumulado nos 12 meses até fevereiro ficou ligeiramente abaixo da mediana das projeções coletadas, uma alta de 16,71%, obtida do intervalo de 16,29% a 17,67%.
Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10, em fevereiro, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram alta de 2,51%, ante uma alta de 2,27% em janeiro. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram aumento de 0,39% em fevereiro, após o avanço de 0,40% em janeiro. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve alta de 0,61% em fevereiro, depois de subir 0,50% em janeiro.
O período de coleta de preços para o indicador de fevereiro foi do dia 11 de janeiro a 10 deste mês.
O encarecimento das commodities no atacado voltou a puxar a aceleração do IGP-10 em fevereiro, dessa vez com auxílio dos combustíveis, que tinham dado um alívio em dezembro e janeiro.
A alta de 1,98% no IGP-10 de fevereiro foi puxada pelo avanço de 2,51% no IPA-10, que mede os preços no atacado. “Os grandes destaques para a aceleração da taxa do IGP são importantes commodities e combustíveis”, diz nota divulgada pela FGV. Segundo a entidade, minério de ferro (com alta de 8,06%), soja (alta de 7,32%), milho (alta de 9,22%) e óleo diesel (alta de 7,71%) responderam, somados, por 65% da alta no IPA-10.
Os preços de combustíveis voltaram a acelerar após deflação em janeiro. No IPA-10, o subgrupo “combustíveis para o consumo” passou de uma queda de 2,14% em janeiro para alta de 2,49% este mês. O subgrupo “combustíveis e lubrificantes para a produção” saíram de uma queda de 1,31% mês passado para um salto de 6,51% em fevereiro.
No varejo, os alimentos seguem como vilões no IPC-10, assim que já foi visto em outros índices. No total, cinco das oito classes de despesas acompanhadas pelo IPC registraram elevação na taxa de variação.
A classe Alimentação passou de uma alta de 0,88% em janeiro para avanço de 1,09% no IPC-10 de fevereiro. O principal vilão foram as “hortaliças e legumes”, que saíram de uma queda de 1,63% em janeiro para um salto de 8,19% em fevereiro.
As demais classes de despesa que tiveram aceleração de preços na passagem de janeiro para fevereiro foram Transportes (-0,26% para 0,18%), Comunicação (0,00% para 0,59%), Educação, Leitura e Recreação (0,38% para 0,50%) e Despesas Diversas (0,10% para 0,20%).
O quadro só não foi pior porque houve alívio em três das oito classes de despesa: Habitação (0,74% para 0,11%), Vestuário (1,31% para 0,51%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,15% para 0,05%). Entre os destaques, a tarifa de eletricidade residencial passou de uma alta de 1,63% no IPC-10 de janeiro para uma queda de 1,44% em fevereiro.
IPAs
Os preços agropecuários medidos pelo IPA agrícola subiram 3,53% no atacado em fevereiro, após uma alta de 1,49% em janeiro, dentro do IGP-10. Já os preços dos produtos industriais, mensurados pelo IPA Industrial, tiveram alta de 2,11% este mês, depois da alta de 2,59% no atacado em janeiro.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram alta de 0,89% em fevereiro, ante uma elevação de 0,75% em janeiro.
Os preços dos bens intermediários subiram 1,89% em fevereiro, após alta de 0,55% no mês anterior. Já os preços das matérias-primas brutas saltaram 4,50% em fevereiro, depois da alta de 5,43% em janeiro.
(Estadão Conteúdo)