As projeções de safra recorde este ano ajudam a manter comportados os preços dos alimentos, segundo Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 298,0 milhões de toneladas, 34,9 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2022, um aumento de 13,3%.
“A gente tem observado uma redução de preços de soja, ainda que em patamar elevado, mas menor que no ano anterior. O milho é a mesma coisa”, disse Guedes.
O Brasil deve colher novos recordes neste ano tanto de soja quanto de milho. A produção de soja deve somar 145,0 milhões de toneladas, uma elevação de 21,3% em relação ao produzido no ano passado. Já a produção nacional de milho foi estimada em 121,4 milhões de toneladas, com crescimento de 10,2% ante 2022. A lavoura de milho 1ª safra deve somar 28,7 milhões de toneladas, um aumento de 12,9% em relação a 2022. O milho 2ª safra deve totalizar 92,7 milhões de toneladas, aumento de 9,4% em relação a 2022.
O prognóstico favorece ainda os custos da produção de proteína animal, que depende desses grãos na ração. O milho, porém, tem sido disputado por usinas de etanol que usam o grão como matéria-prima, o que tem elevado os preços especialmente na região Centro-Oeste do País nos últimos anos, contou Guedes.
“Essa safra grande que a gente está esperando colher está favorecendo segurar um pouco os preços”, afirmou Guedes. “Tem que ficar de olho um pouco no arroz”, ponderou.
A produção do arroz foi estimada em 10,0 milhões de toneladas para 2023, ainda em linha com o consumo doméstico, porém, 6,0% menor que a colheita do ano passado.
“Vai ter uma oferta grande de arroz, mas tem que acompanhar durante o ano para ver como vai se comportar, para ver se vai ter que importar um pouco de arroz”, concluiu Guedes.