O Banco Central afirmou que há dicotomia na recuperação econômica do Brasil, com melhora no mercado de trabalho mas com produção industrial e indicadores preliminares de investimento abaixo do esperado, e indicou divergência entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o nível de ociosidade na economia.
Na ata do Copom divulgada nesta terça-feira, o BC também avaliou, sobre o coronavírus, que um eventual prolongamento ou intensificação do surto implicaria uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros.
“A consequência desses efeitos para a condução da política monetária dependerá da magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros”, frisou a autoridade monetária.
Na semana passada, o BC havia indicado expressamente a interrupção do atual ciclo de cortes na taxa básica de juros Selic após reduzi-la em 0,25 ponto percentual, em sua quinta diminuição seguida, à nova mínima histórica de 4,25% ao ano.
O BC justificou que os ajustes já feitos ainda vão surtir efeito na economia, considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho do ano passado, mensagem que repetiu neste terça-feira.
Desde a decisão, contudo, uma inflação mais fraca que a esperada fez com que agentes seguissem em atento compasso de espera pela ata, em busca de pistas sobre chance de novo corte nos juros diante da fraqueza na economia. (Reuters)