Importante base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, os empresários do ramo do agronegócio têm pressionado o governo por medidas que ajudem o setor, principalmente depois de o Produto Interno Bruto (PIB) da categoria ter leve queda em 2021 (-0,2%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). As demandas dos empresários foram apresentadas pela bancada do agronegócio na Câmara ao ministro da Economia, Paulo Guedes,  e envolvem um socorro aos estados prejudicados pelo alto volume de chuvas ou longa estiagem ano passado, como Bahia, Mato Grosso e Minas Gerais. Os parlamentares citam um compromisso firmado com o ministro da Economia para liberação de R$ 1,2 bilhão para este socorro, podendo chegar a R$ 4 bilhões ao longo do ano a depender da necessidade.
Outra demanda dos empresários e que aparentemente Guedes está se debruçando diz respeito a formas de reduzir o preço do frete marítimo por aqui para tentar minimizar os problemas que se desenham no horizonte com a guerra na Ucrânia e tendem a tornar os percursos mais caros.  O projeto teria como foco o setor de fertilizantes, em uma espécie de estímulo para busca de novos mercados.
No caso do crédito extraordinário, Guedes quer formalizar a liberação com Medida Provisória (MP) a ser enviada pelo governo ainda esta semana. Mas dentro do Congresso o plano é outro. Políticos da bancada do agro (em sua maioria base de apoio do governo) preferem o caminho da aprovação do Projeto de Lei no Congresso Nacional (PLN) 1/2022. O motivo? Este texto é mais abrangente e envolve um crédito extraordinário superior a R$ 4 bilhões. A cifra seria uma forma de recuperar parte do veto que Bolsonaro aplicou no Orçamento de 2022 (e envolvia R$ 3,13 bilhões entre emendas do relator, de bancada e despesas discricionárias no Congresso). Nunca foi só pelo agro.
(IstoÉ Dinheiro)