Caminhoneiros continuam fazendo protestos em rodovias do país nesta quarta-feira (30), o 10º dia da greve. Há atos em pelo menos 14 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

Em alguns estados, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as Forças Armadas desbloquearam trechos ocupados por caminhoneiros, como Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Roraima e São Paulo. Na Rodovia Dutra, entre as cidades de Jacareí e Taubaté, em São Paulo, os policiais impedem que caminhões que queiram passar pelos bloqueios sejam barrados e também escoltam os que desejam abandonar o movimento.

Um caminhoneiro teve o veículo apedrejado ao tentar passar pela Rodovia Marechal Rondon em Agudos, no interior de São Paulo, nesta manhã, segundo a Polícia Rodoviária. O caminhão transportava alimentos para uma fábrica de refrigerantes em Bauru e o ajudante do motorista ficou ferido. Na terça, um caminhoneiro foi agredido em Tocantins após furar um bloqueio na BR-153, em Miranorte.

Em Goiás, um grupo impediu a população de abastecer em um posto de gasolina em Mineiros e houve confusão. No Rio Grande do Norte, caminhoneiros ainda estão sendo impedidos de transitar pela BR-101, em Parnamirim, cidade da Grande Natal.

O abastecimento de combustível começou a voltar ao normal em algumas cidades do país. Em Salvador, motoristas quase não encontram mais filas para abastecer. Em outras capitais, como Florianópolis e Recife, ainda há muita espera para chegar até a bomba de combustível. Em Porto Alegre, o tamanho das filas já era menor no início da manhã.

No Rio de Janeiro, as distribuidoras estão trabalhando normalmente, sem escolta ou comboio militar. Cerca de 15% dos postos da cidade do Rioforam atendidos na terça, mas a maioria já secou. A situação só deve voltar ao normal após o feriado. Em São Paulo, 12% dos postos receberam combustível ontem.

Em São José do Rio Preto (SP), caminhões-tanque estão entrando e saindo sem escolta policial da central de distribuição de combustíveis.

Nesta terça (29), o presidente Michel Temer afirmou que pode reexaminar a política de preços da Petrobras. Os frequentes e até diários reajustes nos preços dos combustíveis, decorrentes dessa política, estiveram entre os principais fatores que motivaram a greve dos caminhoneiros. Desde julho do ano passado, a Petrobras promove os reajustes com base na variação do dólar e dos preços do petróleo no mercado internacional.

A oferta de transporte público também continua dando sinais de melhora; veja abaixo.

Transporte público

  • Rio de Janeiro: BRT opera normalmente e ônibus comuns rodaram com 71% da frota.
  • São Paulo: 69% da frota circulava às 7h30.

Alimentos

No Rio de Janeiro, a oferta de hortaliças está se normalizando, mas alguns legumes, como batatas e cenouras, ainda são raros.

A Ceasa de Campinas opera com 40% do abastecimento nesta quarta, na terça era apenas 5% da capacidade total. Os preços, no entanto, continuam bem altos, a caixa de 20kg de tomate foi de R$ 60 para R$ 120 e a batata está sendo vendida por R$ 400, um saco de 50kg.