O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) elevou em 0,27% a previsão de área plantada com soja na safra 2021/22 em Mato Grosso, para 10,84 milhões de hectares. O novo número representa aumento de 3,59% ante o ciclo anterior. Conforme o Imea, a elevação se deve à maior clareza sobre as expectativas por parte dos agentes regionais de mercado com aproximação da semeadura, além da disponibilidade de áreas favoráveis para a conversão em agricultura e os preços comercializados do grão em níveis elevados.
Quanto às regiões, o maior aumento ante ao relatório de julho foi na projeção de plantio na região nordeste do Estado(+1,02%), que deve atingir 2,04 milhões de hectares semeados de soja na safra 2021/22. Com relação à produtividade, o Imea manteve a previsão para 2021/22 em 57,52 sacas/ha, alta de 0,17% ante o observado na temporada anterior.
Com os ajustes, a estimativa de produção da oleaginosa no Estado foi aumentada em 0,27%, para 37,410 milhões de toneladas. A nova previsão representa aumento de 3,77% ante o ciclo anterior.
Milho – O Imea voltou a reduzir sua estimativa de produção de milho segunda safra no Estado, em 0,28%, de 32,006 milhões de toneladas em julho para 31,918 milhões de toneladas em sua 10ª estimativa de safra 2020/21. Com isso, a produção atual da safrinha será 9,96% inferior aos 35,45 milhões de toneladas da temporada 2019/20.
A área plantada permaneceu estimada em 5,69 milhões de hectares, 4,94% acima da safra passada, mas a produtividade média no Estado foi reduzida em 0,28%, de 93,8 para 93,54 sacas por hectare. “Apesar de a produtividade não apresentar grandes alterações em relação ao último levantamento, os resultados esperados dentro das macrorregiões apresentaram modificações significativas”, disse o Imea no boletim.
Na região oeste de Mato Grosso, houve incremento de 6,92% no rendimento médio em relação à expectativa do mês anterior, de 96,96 para 103,66 sacas por hectare – maior produtividade média do Estado. Em contrapartida, nas regiões sudeste e médio-norte, foram verificadas as maiores retrações de produtividade, 2,71% e 2,06%, respectivamente, em comparação a julho, para 90,15 e 92,30 sacas por hectare. O corte, segundo o Imea, se deu em virtude da redução da produtividade em áreas mais tardias, que foram “intensamente” prejudicadas pelo clima na temporada.
Algodão – O Imea manteve a previsão de produção mato-grossense 2020/21 em 3,94 milhões de toneladas de algodão em caroço e 1,62 milhão de toneladas de algodão em pluma. Caso confirmado, o volume será 33% menor que o produzido na temporada anterior. A produtividade foi mantida em 279,07 arrobas por hectare (ou 4.186 kg/ha), recuo de 9% ante o ciclo passado, conforme boletim semanal. O Imea estima que 135.887 hectares foram semeados com a cultura de primeira safra no Estado e, outros, 806.483 hectares de segunda semeadura, somando 942.370 hectares plantados na safra 2020/21 – 17% menor ante 2019/20.
Segundo o instituto, nas últimas semanas, a colheita do algodão de primeira safra foi finalizada no Estado e as áreas de segunda safra começaram a “ganhar volume”. Em relação aos rendimentos, segundo o Imea, a primeira safra do algodão mato-grossense atingiu produtividade acima de 300 arrobas em caroço/hectare, favorecida pelas boas condições climáticas e das lavouras. “No entanto, a preocupação ainda segue em relação aos resultados das áreas mais tardias, principalmente os talhões semeados depois do dia 15 de fevereiro, onde o clima prejudicou o desempenho da produtividade nestas áreas”, ponderou o Instituto.
O Imea informou também que a colheita do algodão de segunda safra no Estado alcançou 23,03% da área plantada (ou 217 mil hectares) até a última sexta-feira (30), avanço de 5,89 pontos porcentuais na comparação semanal. A retirada das lavouras está 16,77 pontos porcentuais atrasados em relação a igual período da safra passada e 8,55 pontos porcentuais atrás da média dos últimos cinco anos. Entre as regiões, a mais adiantada continua sendo a nordeste do Estado(93,46%), e a mais atrasada, o centro-sul (12,94%).
Preços – De acordo com o Imea, o preço do algodão em pluma recuou 1,44% na semana, sendo cotado em média a R$ 161,06 por arroba, em virtude da desvalorização do dólar ante o real de 1,70% no período. O preço de paridade de exportação para o contrato com vencimento em dezembro cedeu 0,68%, negociado em média a R$ 153,80/arroba.
(AE)