Participantes do mercado de commodities agrícolas, especialmente de grãos, estão otimistas com os preços internacionais, apesar de fatores que podem minar o ímpeto altista. Eles citam a pandemia do novo coronavírus, que tende a diminuir a demanda, a lenta distribuição de vacinas e uma recuperação econômica global mais lenta do que o esperado.
Os fundamentos, no entanto, são consistentes. Os estoques cada vez menores de grãos dos Estados Unidos fizeram com que os preços do milho, soja e trigo disparassem no mercado futuro da Bolsa de Chicago (CBOT). A escalada desta semana levou o milho ao seu maior valor de fechamento desde julho de 2013. A soja e o trigo também foram negociados em seus níveis mais altos desde 2014, apontam representantes do setor.
O presidente da AgResource Co., empresa de pesquisa agrícola com sede em Chicago, Dan Basse, espera que a dinâmica atual continue a elevar os preços futuros na CBOT ao longo do primeiro semestre deste ano. Ele projeta que os futuros da soja podem chegar a US$ 20 por bushel este ano – o que seria um recorde. “Essas coisas estão acontecendo”, afirma.
No campo político, também há sinais positivos, com pistas de que as relações entre EUA e China vão se aquecer. “Há uma percepção geral de que um governo Biden será mais amigável do que um governo Trump”, disse Sal Gilbertie, presidente da Teucrium Trading.
As negociações do governo Biden com a China podem mudar as perspectivas para as commodities, desfazendo tensões provocadas pelo governo Trump, que motivaram oscilações de preços nos últimos anos, argumentam os participantes do mercado. (AE)