O custo para plantar soja em Mato Grosso se reduziu em maio na comparação com abril, informou em boletim semanal o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Segundo o levantamento, para a safra 2023/24, o custo operacional efetivo (COE) da soja caiu 0,92% no período, ficando previsto em R$ 5.756,58 por hectare.
O Imea diz que a queda está ligada, sobretudo, à redução de preços de fertilizantes e corretivos de solo, que tiveram recuo de 1,92% em maio na comparação com abril.
Uma safra mais barata não significa, porém, maior lucratividade, já que os preços da soja têm despencado nos últimos meses em Mato Grosso, adverte o Imea. “Analisando o comportamento do valor comercializado da soja no mês e o ponto de equilíbrio para a safra, pode-se notar que os preços vistos em maio já não cobrem o Custo Efetivo Total (COT)”, cita, no relatório. “Além disso, o indicador (da soja em Mato Grosso) está a R$ 7,37/saca do COE, o que é uma preocupação neste momento, visto que o ritmo das compras de insumos está atrasado e a semeadura está a menos de três meses para o início”, prossegue. “Por fim, esse cenário poderá influenciar diretamente no investimento do pacote tecnológico para a safra 2023/24”, diz o instituto.
Esmagamento recorde – No mesmo boletim, o Imea informa que, no mês passado, o esmagamento de soja em Mato Grosso atingiu volume recorde, com o processamento de 1,04 milhão de toneladas, alta de 4,97% em relação a abril. “Esse cenário é pautado pela melhora na margem bruta das indústrias, que aumentou 3,54% no comparativo mensal, ficando projetada em R$ 635,69 por tonelada”, diz o Imea. “Além disso, a demanda externa está aquecida neste momento, principalmente para o farelo de soja, que tem apresentado níveis recordes nas exportações.”
O Imea espera, assim, que o ritmo do processamento das indústrias em Mato Grosso continue aquecido até o fim do ano, por causa da “lacuna” deixada pela menor oferta do insumo da Argentina.
Milho
O custo para plantar milho de alta tecnologia em Mato Grosso, na safra 2023/24, caiu em maio na comparação com abril, diz o Imea, em boletim semanal. O levantamento aponta que o recuo foi de 0,72% no Custo Efetivo Total (COE) no período, fechando a R$ 4.679,74 por hectare.
Segundo o Imea, a queda se deu pela retração no preço de arrendamento de terra, na base de -3,9%; em operações mecanizadas (-1,86%) e em insumos (-0,34%), considerando-se, neste caso, sementes, fertilizantes, corretivos e defensivos.
“Apesar da queda no custo, o preço comercializado do milho no Estado da safra 2023/24
apresentou desvalorização significativa no último mês, chegando a R$ 32,78 por saca”, diz. Assim, segundo o Imea, “o preço do milho já não cobre as despesas com o custo efetivo total”. Para isso, seria necessário que o rendimento para a próxima temporada atingisse pelo menos R$ 142,76 por saca, para que o produtor consiga fechar os custos de produção, finaliza o Imea.
(Estadão)