A administração Trump anunciou ontem, 24, que vai liberar US$ 12 bilhões em ajuda de emergência para aliviar as perdas dos agricultores americanos pelas crescentes disputas comerciais do presidente Donald Trump com China e outros países.

No entanto, alguns republicanos dos Estados agrícolas rapidamente descartaram o plano, declarando que os agricultores querem mercados para suas plantações, não pagamentos pelas vendas perdidas e pelos preços mais baixos.

O Departamento de Agricultura informou que vai usar um programa existente para fornecer bilhões em pagamentos diretos aos agricultores e pecuaristas prejudicados pela guerra comercial iniciada pelos EUA.

Com a proximidade das eleições para o Congresso americano, a ação do governo ressaltou a preocupação da administração Trump com a potencial perda de assentos da Câmara e do Senado no Centro-Oeste.

O governo dos EUA disse que o programa será temporário. “Esta é uma solução de curto prazo que dará ao presidente Trump e sua administração tempo para trabalhar em acordos comerciais de longo prazo”, disse o secretário de Agricultura americano, Sonny Perdue. Funcionários governamentais acrescentaram que o plano não era um “resgate”.

Mas, para os republicanos, a ajuda não serve de consolo. Segundo eles, a ação pode abrir uma caixa de Pandora para outros setores da economia.

“Eu quero saber o que vamos dizer aos fabricantes de automóveis e os fabricantes petroquímicos e todas as outras pessoas que estão sendo prejudicadas pelas tarifas impostas às importações”, disse o senador John Kennedy, R-La. “Você tem de tratar todo mundo igual.”

O senador Ben Sasse, republicano de Nebraska, disse que o plano gastaria bilhões. “Os agricultores da América não querem ser pagos para perder. Eles querem ganhar alimentando o mundo. As tarifas e resgates desta administração não vão tornar a América grande novamente, só vão fazer com que voltemos a 1929.”

Defesa
Trump defendeu mais uma vez sua estratégia de impor tarifas sobre parceiros comerciais para corrigir o que ele considera como injustiças. “Ou um país que tem tratado os Estados Unidos injustamente no comércio negocia um acordo justo, ou ele será atingido por tarifas”, afirmou. “É simples assim – e todos ficam falando! Lembrem-se, nós somos o ‘cofre porquinho’ que tem sido roubado.” (Agências internacionais)