O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta terça-feira um plano para oferecer aproximadamente US$ 12 bilhões em ajuda de emergência a agricultores, disse uma fonte ao Wall Street Journal. A ajuda tem como objetivo atenuar os efeitos das disputas comerciais entre os EUA e países como China e México.
As tensões entre os EUA e alguns de seus principais parceiros comerciais se intensificaram no começo deste ano, quando o governo de Trump impôs tarifas sobre a importação de alumínio e aço de alguns países. No começo de julho, os EUA decidiram sobretaxar US$ 34 bilhões em produtos chineses. Em resposta, a China impôs uma tarifa de 25% sobre o mesmo valor em produtos norte-americanos, incluindo soja, carne suína e carne de frango.
Os produtos do setor agropecuário se tornaram alvo porque afetam diretamente Estados onde Trump tem grande apoio, e isso poderia influenciar os resultados das eleições de meio de mandato, disseram fontes com conhecimento da estratégia de Pequim.
Em abril, antes da implementação das tarifas, grupos que representam agricultores nos Estados Unidos disseram que a disputa poderia reduzir em bilhões de dólares o valor da produção norte-americana de grãos. A China é o maior comprador mundial de soja e no ano passado absorveu mais da metade das exportações do grão dos EUA. Há duas semanas, em seu relatório mensal de oferta e demanda, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) aumentou em 50% sua projeção para estoques domésticos do grão ao fim da temporada 2018/19, por causa principalmente da escalada das tensões comerciais entre Washington e Pequim.
A disputa com o México já levou o país latino-americano a impor tarifas contra produtos norte-americanos como carne suína e queijo. Muitos acreditam que o milho será incluído na lista em caso de uma escalada das tensões. Isso seria outro grande golpe para os agricultores, já que o México é o principal comprador de milho dos EUA.