A diminuição das negociações de gado vivo com a Turquia pode influenciar o aumento na oferta de carne bovina no mercado interno. Para as indústrias, isso significa um bom sinal, mas o pecuarista pode acabar recebendo menos pela arroba do boi gordo.
É possível ter um produto excelente e atuar em um mercado promissor, mas se 80% das negociações ocorrem com um cliente, é arriscado. É o que acontece com a exportação de gado vivo do Brasil para a Turquia. Alguns contratos, inclusive, já estão sendo cancelados.
“Nós sempre exportamos um navio com 27 mil cabeças todo mês. Neste mês não haverá embarques, estão cancelados até o final do ano”, afirma o produtor e exportador Silvio de Castro Cunha.
O Brasil estava enviando para a Turquia quase 480 mil cabeças por ano. Para 2018, a expectativa girava em torno de 700 mil, mas, até o momento, nem a metade da meta foi cumprida. Para onde vão esses animais? Outros mercados teriam que ser conquistados.
O analista Cesar Castro afirma que tanto o Oriente Médio quanto a China seriam potenciais parceiros da exportação brasileira, mas o processo não é simples. Para ele, além da distância, a exportação de bois vivos também é um processo mais demorado do que no caso da carne em contâiner. “Existem restrições para que esse mercado encontre outros destinos rapidamente”, disse. (AE)